Mídia
esportiva de décadas passada era menos crítica e mais ufanista.
Tinha olhos para realçar virtudes de boleiros e posicionamento
discreto aos defeitos. Assim, no bojo do procedimento dos homens de
comunicação, o goleiro Valdir Joaquim de Morais entrou para a
história com um dos principais da posição de todos os tempos de
Palmeiras, entre as décadas de 50 e 60.
Ele
é o foco em questão porque morreu neste 11 de janeiro aos 88 anos
de idade, vítima de falência múltipla dos órgãos. Após o AVC
sofrido em 2016, ele ainda foi vitimado por fratura no fêmur.
Portanto, a família enlutada recebeu condolência de clubes como São
Paulo e Corinthians, além do Palmeiras, por ter atuado como
preparador de goleiros, função em que foi pioneiro no país em
1973, época em que os clubes raramente admitiam goleiros baixinhos
como ele, de 1,70m de altura, e o saudoso argentino José Poy, do São
Paulo dois centímetros a mais.
Que
Valdir tinha elasticidade, reflexo e posicionamento invejável, não
se questiona. Todavia, como ter confiança para sair da meta socando
a bola como o seu pupilo Marcos, nos tempos de Palmeiras? Como
esperar que o braço curto de Valdir chegasse à bola para defesas
como goleiros da safra acima de 1,90m de altura?
Nos
anos 50 elasticidade contava favoravelmente a goleiros. Por isso o
Palmeiras foi buscá-lo no Rener de Porto Alegre em 1958, para que na
temporada seguinte sagrasse campeão paulista neste time: Valdir;
Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha
e Chinesinho; Julinho Botelho, Américo Murolo, Romeiro e Nardo.
Quatro
anos depois, quando o Palmeiras voltou a conquistar título do
Paulistão, Valdir sequer ocupou a meta na derradeira partida diante
do Noroeste, na goleada por 3 a 0, num time modificado: Picasso;
Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar Carabina e Vicente Arenari;
Zequinha e Ademir da Guia; Julinho Botelho, Servilho, Vavá e Gildo.
O
último momento gratificante como atleta foi ter integrado o time que
três anos depois voltou a conquistar tútulo do Paulistão, na
goleada sobre o Comercial por 5 a 1, em Ribeirão Preto: Valdir;
Djalma Santos, Djalma Dias, Minuca e Ferrari; Zequinha e Ademir da
Guia; Gallardo, Servilho, Ademar Pantera e Rinaldo.
Também
neste janeiro foi registrada a morte de Luís Moraes, o goleiro
Cabeção do Corinthians, nos anos 50 e 60, maior parte como reserva.
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