Há
exatos dez anos, em mais um dezembro, sugeri compartilhamento dos
desportistas à reflexão se ainda havia espaço para surgimento de
outro atleta do século, do tipo Pelé. Pois agora, num exercício de
futurologia para 2020 e década subsequente, a questão que se coloca
é se haverá mudanças radicais em alguns segmentos esportivos?
Céticos
de plantão asseguram que jamais vai nascer outro igual a Pelé. E
acrescentam: quem viu, viu; quem não viu, não verá mais. Será?
Convenhamos que passou da hora para o surgimento de outro jogador
completo nos fundamentos chute, drible, cabeceio, passe e
posicionamento. Pelé surgiu no futebol há mais de 63 anos, e tem
lógica projetar que alguém ainda vai destroná-lo. Difícil é
prever quando.
O
novo 'rei' precisará mostrar chutes certeiros de curta e longa
distância - inclusive em cobranças de falta -, sem distinção de
perna direita e esquerda. Outro requisito é tabelinha objetiva com
companheiro de ataque nas proximidades da área adversária. E se
tiver estatura mediana como Pelé - 1,73m de altura - terá de
necessariamente compensar com boa impulsão e colocação para
suplantar, de cabeça, zagueiros grandalhões. E mais: o sucessor do
rei terá de marcar mais de 1.200 gols.
Há
dez anos já se questionava melhor segurança nos estádios, do tipo
policiais à paisana infiltrados entre torcedores de organizadas,
como indicativo para se distinguir baderneiros e enquadrá-los em
legislação específica sugerida ao futebol, prevendo punições
drásticas a transgressores.
Fique
de olho em dinheiro público de diferentes esferas governamentais
injetado em clubes. Igualmente os anos se sucedem e dirigentes voltarão a ser
acusados de jogar dinheiro no ralo, com administrações
incompetentes. São gastos absurdos com jogadores de qualidade
duvidosa, elencos inchados, 'gorduras' em comissões técnicas e
assessores incompetentes. Cadê a fiscalização através de
conselhos de clubes?
Preços
de ingressos de jogos não podem ser majorados conforme conveniência
de cartolas. E se há uma década criticava-se treinadores que protegem
jogadores indisciplinados, parte significativa já mostra postura
rigorosa, mas ainda há insistência na escalação de jogadores em
má fase técnica. Então, chega de regalias! Chega de passar a mão na
cabeça do craque! E que os boleiros parem de cometer erros de passes
curtos. Feliz 2020.
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