segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Jogador mudar de posição era rotina no Brasil


Corajoso treinador Jungen Klopp, do Liverpool (ING), transformou o lateral-direito Gomez em zagueiro central e puxou o volante Henderson à quarta-zaga, em jogos do recente Mundial de Clube. O planejamento era contar com zagueiros rápidos e condutores de bola, providos de bom passe.

 Já os treinadores brasileiros se fixam no conservadorismo, contrariando seus antecessores que sabiamente descobriam melhor posicionamento do atleta em campo. Por que a discussão? Porque a Ponte Preta dispõe de um atacante de baierada que retorna de empréstimo ao Botafogo de Ribeirão Preto (SP), sem ter marcado um gol sequer na temporada, caso de Felipe Saraiva, que certamente já teria sido adaptado por treinadores do passado como lateral-direito, visto que sabe fazer a recomposição e tem velocidade para a transição.

 Décadas passadas eram incontáveis os exemplos de laterais que terminavam a carreira na zaga. Leandro no Flamengo, Carlos Alberto Torres no Santos, Djalma Santos no Atlético Paranaense e Alberto no Gurani são alguns exemplos. Transformação surpreendente ocorreu com Fábio Luciano, na Ponte Preta, que subiu da base como ponta-de-lança e acabou transformado em zagueiro central. Justificativa era lentidão para ser atacante, e que a estatura de 1,98m de altura seria mais bem explorada defendendo.

 Curioso é que o saudoso treinador Cilinho elaborou caminho inverso ao falecido zagueiro Marcão, transformando-o em centroavante, nos tempos de XV de Jaú, para que explorasse o cabeceio com quase dois metros de altura.

 Na década de 70, o então ponteiro-esquerdo Bezerra foi transformado em lateral, no Guarani. Ano depois, já no São Paulo, foi fixado na quarta-zaga, em exemplo parecido com o uruguaio Dario Pereyra, que chegou ao São Paulo como meia de armação, acabou recuado à função de volante, até que o saudoso treinador Carlos Alberto Silva julgou que ele seria mais útil na quarta-zaga.

 Jogador ter mudado de posição por acaso ocorreu com o então centroavante Luís Ricardo, na Portuguesa, em 2011. Para cobrir a lacuna do lateral-direito expulso, o treinador Jorginho iria sacá-lo do time, a fim de proceder a troca, quando o atleta implorou para que ocupasse a função até o final da partida. E depois disso nunca mais voltou a ser atacante, embora com 1,83m de altura ainda explora jogo áreo em bola parada e tem feito uns golzinhos.

Nenhum comentário: