Corajoso
treinador Jungen Klopp, do Liverpool (ING), transformou o
lateral-direito Gomez em zagueiro central e puxou o volante Henderson
à quarta-zaga, em jogos do recente Mundial de Clube. O planejamento
era contar com zagueiros rápidos e condutores de bola, providos de
bom passe.
Já
os treinadores brasileiros se fixam no conservadorismo, contrariando
seus antecessores que sabiamente descobriam melhor posicionamento do
atleta em campo. Por que a discussão? Porque a Ponte Preta dispõe
de um atacante de baierada que retorna de empréstimo ao Botafogo de
Ribeirão Preto (SP), sem ter marcado um gol sequer na temporada,
caso de Felipe Saraiva, que certamente já teria sido adaptado por
treinadores do passado como lateral-direito, visto que sabe fazer a
recomposição e tem velocidade para a transição.
Décadas
passadas eram incontáveis os exemplos de laterais que terminavam a
carreira na zaga. Leandro no Flamengo, Carlos Alberto Torres no
Santos, Djalma Santos no Atlético Paranaense e Alberto no Gurani são
alguns exemplos. Transformação surpreendente ocorreu com Fábio
Luciano, na Ponte Preta, que subiu da base como ponta-de-lança e
acabou transformado em zagueiro central. Justificativa era lentidão
para ser atacante, e que a estatura de 1,98m de altura seria mais bem
explorada defendendo.
Curioso
é que o saudoso treinador Cilinho elaborou caminho inverso ao falecido zagueiro Marcão, transformando-o em centroavante, nos
tempos de XV de Jaú, para que explorasse o cabeceio com quase dois
metros de altura.
Na
década de 70, o então ponteiro-esquerdo Bezerra foi transformado em
lateral, no Guarani. Ano depois, já no São Paulo, foi fixado na
quarta-zaga, em exemplo parecido com o uruguaio Dario Pereyra, que
chegou ao São Paulo como meia de armação, acabou recuado à função
de volante, até que o saudoso treinador Carlos Alberto Silva julgou
que ele seria mais útil na quarta-zaga.
Jogador
ter mudado de posição por acaso ocorreu com o então centroavante
Luís Ricardo, na Portuguesa, em 2011. Para cobrir a lacuna do
lateral-direito expulso, o treinador Jorginho iria sacá-lo do time,
a fim de proceder a troca, quando o atleta implorou para que ocupasse
a função até o final da partida. E depois disso nunca mais voltou
a ser atacante, embora com 1,83m de altura ainda explora jogo áreo
em bola parada e tem feito uns golzinhos.
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