Saudoso
Vicente Matheus, enquanto presidente do Corinthians, veio buscar no
Guarani o zagueiro João Justino Amaral dos Santos em 1978. E o
contratou porque raramente ele era driblado, tinha o tempo exato de
bola para antecipar adversários e, talentoso, ao desarmá-los sabia
driblá-los para limpar a jogada e valorizar a saída de bola,
diferentemente da 'becaiada' de hoje que chuta para o lado que o
nariz está virado.
Em
bola alçada contra a sua área, em vez de interceptá-la de cabeça
sem mirar o rumo, quando estava desmarcado procurava amortecê-la no
peito. E não foi por acaso. Soube extrair características de
zagueiros clássicos que os admirava como Ramos Delgado, Joel
Camargo, Djalma Dias e Roberto Dias, todos já falecidos.
Essas
virtudes o colocaram na Seleção Brasileira a partir de 1976,
passaram pela condição de titular absoluto na Copa do Mundo de 1978
na Argentina, totalizando 56 jogos.
A
estreia dele no Corinthians deu-se em 1º de julho de 1978, na
derrota para o Bahia por 1 a 0, no Estádio da Fonte Nova. O time?
Jairo; Cláudio Mineiro, Moisés, Amaral e Wladimir; Ruço, Palhinha
e Ademir Vicente; Geraldão, Rui Rei e Romeu. Na prática, na maioria
das vezes fez dupla de zaga com Mauro, e de lá saiu em 1981, em
transferência ao Santos.
A
sequência da carreira foi no futebol mexicano por quatro anos, até
que retornou ao Brasil para encerramento no Blumenau (SC), ocasião
em que voltou a residir na cidade de São Paulo e passou a
empresariar jogadores, principalmente para o México. Em dezembro
próximo ele vai completar 65 anos de idade, e ainda lembra com
orgulho o início de carreira no Guarani. O estágio na categoria
juvenil foi relâmpago. Apesar de franzino, o saudoso treinador
Armando Renganeschi o lançou na equipe principal aos 16 anos de
idade, em 1969.
Não
há como esquecer a experiência feita pelo saudoso treinador bugrino
Zé Duarte de improvisá-lo como centroavante durante excursão na Ásia, quando marcou dois gols dos 4 a 0 contra time de
segunda divisão do Irã. E ainda teve participação ativa nos dois outros gols marcados pela meia Washington.
Todavia,
na primeira insistência em mantê-lo como centroavante, num jogo em
Campinas, a torcida protestou. Aí o treinador se rendeu, mas fez
questão de fazer observação: "Se ele optasse por ser atacante
ganharia muito mais dinheiro na carreira".