sábado, 18 de maio de 2019

Válber escreve história de talento e indisciplina


 Futebol é feito de casos e ‘causos’. Contam mil anedotas que muitas vezes passam por verdade. Todavia, havia boleiro articulador de fuga quase imperceptível de concentração. Contou o saudoso treinador Zé Duarte que o também finado meia Jorge Mendonça solicitava de camareira de hotel mais um cobertor, a fim de dobrá-lo, de forma que se assemelhasse com pessoa dormindo com a cabeça coberta.

 Manhoso em rondas noturnas nos quartos, o treinador deu o flagrante em tempo de recolher o atleta ao devido lugar, e assim evitar a escapada noturna, uma tática manjada décadas passadas quando boleiro fugia da concentração para se deliciar na farra noturna.

 Sabe-se lá por quais motivos o então zagueiro Válber fugiu da concentração da Seleção Brasileira em 1993, ano em que havia estreado na equipe, na goleada por 5 a 0 sobre o México. Mesmo ano em que havia comemorado o bicampeonato da Libertadores e Mundial de Clubes com a camisa do São Paulo.

 Além da vocação para o desarme sem recorrer às faltas, Válber foi um zagueiro clássico e abusado ao driblar adversários dentro de sua própria área. E ao sair com a bola limpa de trás ajudava na organização de contra-ataques em velocidade, nos tempos que formou dupla de zaga com Ronaldão.

 Foi mestre Telê Santana - já falecido - quem corajosamente fixou Válber na zaga, num tempo em que já se exigia jogador alto na posição, contrapondo com esse carioca de 1,76m de altura, mesma estatura de Richarlyson - que atuou na posição - e um a menos que Luizinho do Atlético Mineiro e o paraguaio Gamarra.

 Embora disciplinador, Telê relevava frequentes sumiços de Várber em treinos, com frequentes desculpas esfarrapadas de pneus furados e mortes de avós. Afinal, a mentirada data do início de carreira no Botafogo (RJ), e se estendeu nos demais clubes cariocas, com dispensa do Vasco em 2000.

 Válber Roel de Oliveira, nascido em maio de 1967, parou de jogar no América (RJ), mas ainda participa de ‘peladas’. Ele torrou a maior parte daquilo que ganhou na carreira, e ainda tenta se firmar como treinador.

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