segunda-feira, 13 de maio de 2019

Adeus ao meia Alexandre Bueno, o Jacaré


 Nos tempos em que não se proibia jogador de futebol de ter apelido, eis que as categorias de base do Santos revelaram o talentoso meia Alexandre Bueno, em meados da década de 70, apelidado de Alexandre Jacaré por causa da boca larga. Curiosamente, na passagem dele pelo Comercial de Campo Grande (MS) foi identificado apenas como Jacaré.

 Pois esse Alexandre Bueno foi ‘resenhar’ no céu com requintados boleiros do passado, no último seis de maio, de certo rebatendo a pecha de ‘criador de casos’ pelo temperamento explosivo. Ele morreu na Santa Casa de Santos, aos 67 anos de idade, vitimado por cirrose hepática.

 Nos tempos em que o Santos representava usina de craques, Alexandre Bueno foi seguir carreira no Botafogo de Ribeirão Preto, onde jogou com o ponteiro-direito Piter e centroavante Geraldão. Todavia, ganhou notoriedade ao chegar no Guarani em 1974. O estilo lento era compensado pela lucidez na organização das jogadas, num time que tinha Sérgio Gomes; Mauro Cabeção, Joãozinho, Amaral e Cláudio; Flamarion e Alexandre Bueno; Amilton Rocha, Afrânio, Volney e Davi.

 A imagem de criador de casos ficou evidenciada na passagem pelo Grêmio portoalegrense, levado pelo saudoso treinador Milton Buzzeto em 1976. Na ocasião, identificado como Alexandre Tubarão, exibia o estilo provocador ao chamar jogador de clube inferior de ‘salário mínimo’. E paradoxalmente, já na temporada seguinte, foi jogar no rival Inter.

 Entrevistado pela revista Placar à época, refutou a pecha de mau-caráter e moleque irresponsável. “Tive problemas no Sul porque não foram decentes comigo. Quem dava, levava o troco na hora”, justificou sobre o estilo áspero, que se estendeu na passagem seguinte pela Portuguesa, quando enguiçou com o saudoso treinador Urubatão.

 Alexandre Bueno havia aceitado ponderações do então treinador para ocupar a função de volante quando Badeco havia se machucado. Entretanto, recuperado, Urubatão exigiu que ambos disputassem a posição como cabeça de área. Aí o meia ´se sentiu sacaneado e preferiu seguir a carreira em outros clubes. Passou pelo São Paulo, Atlético Goianiense, Comercial (MS), São José e XV de Jaú. Depois atuou como empresário de atleta.

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