segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Carlos Miguel, da glória à decadência


 Boleiros que se assanham com contratos para receber em dólares de clubes do exterior deveriam dar uma espiadinha na história do ex-meia Carlos Miguel da Silva Júnior, 45 anos de idade completados em junho passado, e radicado em Bento Gonçalves, município gaúcho em que nasceu.

 Carlos Miguel, canhoto de 1,77m de altura, havia conquistados os principais títulos cobiçados por jogador brasileiro nos primeiros cinco anos de Grêmio portoalegrense, a partir de 1992: estadual, brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana. Aí, uma irrecusável proposta do Sporting o levou para Portugal, mas viajou desinformado sobre ambiente naquele clube europeu, à época: jogadores portugueses não se relacionavam com ele. Amizade apenas de outros estrangeiros.

 Aquele clima constrangedor o deixou triste, trouxe reflexo direto na queda de rendimento de seu futebol, e bastaram seis meses de agremiação para retornar ao Brasil, acolhido pelo São Paulo que se dispôs a pagar US$ 4 milhões.

 No tricolor paulistano recuperou a alegria de jogar futebol, foi recompensado com títulos estaduais em 1998 e 2000 e, ano seguinte, conquistou o Torneio Rio-São Paulo, quando o então treinador Emerson Leão o convocou à Seleção Brasileira. Problema é que no próprio São Paulo seu futebol entrou em declínio e o comandante Nelsinho Baptista - que acabava de assumir o elenco - o dispensou. Assim, se transferiu para o Inter (RS), mesmo a contragosto de alguns dirigentes e parcela da torcida colorada.

 Como lá não vingou, o Grêmio abriu-lhe as portas sugerindo que pudesse voltar a brilhar. Ledo engano. Foi partícipe daquele time rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro de 2004, e ali poderia ter ouvido conselhos para encerrar a carreira. Todavia resistiu. Por mais dois anos atuou no Corinthians de Alagoas 

 Com raízes no futebol, topou a empreitada de montar clínica esportiva em companhia do ex-volante Dinho, com objetivo de revelar jogadores. A experiência no meio possibilitou convite para que assumisse a pasta de secretário de Esportes de Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre.

 A experiência na política o entusiasmou a disputar cadeira de vereador pelo PNN em Cachoeirinha, em 2012, mas não se elegeu. Assim, nas horas de folga curte seus garanhões e éguas em haras de sua cidade gaúcha.

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