Boleiros que se assanham com contratos para
receber em dólares de clubes do exterior deveriam dar uma espiadinha na
história do ex-meia Carlos Miguel da Silva Júnior, 45 anos de idade completados
em junho passado, e radicado em Bento Gonçalves, município gaúcho em que
nasceu.
Carlos Miguel, canhoto de 1,77m de altura,
havia conquistados os principais títulos cobiçados por jogador brasileiro nos
primeiros cinco anos de Grêmio portoalegrense, a partir de 1992: estadual,
brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana. Aí, uma
irrecusável proposta do Sporting o levou para Portugal, mas viajou desinformado
sobre ambiente naquele clube europeu, à época: jogadores portugueses não se
relacionavam com ele. Amizade apenas de outros estrangeiros.
Aquele clima constrangedor o deixou triste,
trouxe reflexo direto na queda de rendimento de seu futebol, e bastaram seis
meses de agremiação para retornar ao Brasil, acolhido pelo São Paulo que se
dispôs a pagar US$ 4 milhões.
No tricolor paulistano recuperou a alegria de
jogar futebol, foi recompensado com títulos estaduais em 1998 e 2000 e, ano
seguinte, conquistou o Torneio Rio-São Paulo, quando o então treinador Emerson
Leão o convocou à Seleção Brasileira. Problema é que no próprio São Paulo seu
futebol entrou em declínio e o comandante Nelsinho Baptista - que acabava de
assumir o elenco - o dispensou. Assim, se transferiu para o Inter (RS), mesmo a
contragosto de alguns dirigentes e parcela da torcida colorada.
Como lá não vingou, o Grêmio abriu-lhe as
portas sugerindo que pudesse voltar a brilhar. Ledo engano. Foi partícipe
daquele time rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro de 2004, e ali
poderia ter ouvido conselhos para encerrar a carreira. Todavia resistiu. Por
mais dois anos atuou no Corinthians de Alagoas
Com raízes no futebol, topou a empreitada de
montar clínica esportiva em companhia do ex-volante Dinho, com objetivo de
revelar jogadores. A experiência no meio possibilitou convite para que
assumisse a pasta de secretário de Esportes de Cachoeirinha, região
metropolitana de Porto Alegre.
A experiência na política o entusiasmou a
disputar cadeira de vereador pelo PNN em Cachoeirinha, em 2012, mas não se
elegeu. Assim, nas horas de folga curte seus garanhões e éguas em haras de sua
cidade gaúcha.
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