Esse 27 de setembro marca o sexto ano da morte
do atacante Luiz Carlos Machado, o Escurinho, um reserva de luxo no Inter (RS)
na década de 70, que tinha a sina de entrar no segundo tempo e decidir jogos,
invariavelmente com gols de cabeça.
O diagnóstico da morte foi complicações
provocadas pelo diabetes. Desde a época foi inevitável a discussão sobre
possibilidade futura de cura da doença, sem que o objetivo tenha sido atingido,
assegura o médico Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes,
em entrevista ao portal G1 em abril
passado. “Não existe vacina no mercado capaz de evitá-la. Não há tratamento
milagroso”, assegurou.
A perna direita de Escurinho, que lhe deu
apoio para magnífica impulsão nos cabeceios, foi amputada do joelho para baixo em
2009, antes de sua última aparição pública, após compor o hino do centenário do
Inter.
Pouco antes da morte, aos 61 anos de idade, a
perna esquerda dele também sofreu amputação acima do joelho. Em ambos os casos
a justificativa foi insuficiência renal e diabetes não controlados com
tratamentos para regularizar o funcionamento vascular.
Hoje, se surgisse boleiro com apelido de
Escurinho, denúncia de racismo seria inevitável. Na década passada um advogado
gaúcho impetrou ação de indenização por danos morais contra o Inter ao
abandonar o antigo mascote saci e substitui-lo por um macaco batizado como
Escurinho.
Claro que nada a ver com o então atleta
Escurinho que jamais censurou o apelido desde os sete anos de idade, em Porto
Alegre, por ser negro. Seu negócio era jogar futebol e a sua história começou no
Inter (RS) num elenco formado por jogadores altos e fortes na década de 70,
comandados pelo então técnico Rubens Francisco Minelli.
Naquele time bicampeão brasileiro em 1975/76,
o ataque era formado por como Valdomiro, Flávio e Lula. Logo, Escurinho tinha
que se contentar com a reserva. O time base daquele biênio era de Manga;
Cláudio Duarte, Fugueiroa, Hermínio (Marinho Peres) e Vacaria; Caçapava, Falcão
e Paulo César Carpegiani (Batista); Valdomiro (Jair), Flávio (Dario) e Lula
(Escurinho).
Depois, já no Palmeiras, manteve o hábito de
gols de cabeça no segundo tempo, até entrar na estrada da volta no Inter de
Limeira, Bragantino, Barcelona de Guayaquil (EQU) e encerramento da carreira no
Caxias do Rio Grande do Sul, em 1985.