domingo, 23 de outubro de 2016

Cláudio Duarte, carreira curta como jogador

 Outrora a inconsequência de dirigentes de futebol de grandes clubes implicava até na entrega do comando técnico de uma equipe para um ex-jogador com incompletos 27 anos de idade. O caso em questão ocorreu no Inter portoalegrense em 1978, quando Cláudio Roberto Pires Duarte substituiu Carlos Gainete por quatro meses, quando a previsão inicial era interinidade de uma semana até a escolha do substituto.

 O presidente do clube colorado na ocasião, Marcelo Feijó, se baseou no espírito de liderança de Cláudio Duarte enquanto jogador para a aposta naquela ocasião. E o profissional, que bem assimilou a rigorosa disciplina de seu antigo mestre Rubens Minelli, saiu vitorioso naquela empreitada com a conquista do título regional, mas apesar disso preferiu migrar para a função de supervisor no ano seguinte, visando ganhar mais experiência em funções fora de campo.

 Em 1983, quando se sentiu suficientemente amadurecido para a trajetória de treinador em outro clube, Cláudio Duarte aceitou proposta do Guarani e fracassou. De prático, na passagem por Campinas, apenas a ousadia pelo lançamento do então garoto Neto, 16 anos, ponta-de-lança promissor, na equipe principal.

 Demitido pelo Guarani, o jeito foi transitar novamente pelo Inter, intercalando passagens no rival Grêmio, na maioria dos 12 anos sebsequentes. Depois se encorajou para enfrentar novos desafios em outros Estados, passando por Avaí, Criciúma, Fluminense, Paraná, Juventude, Gama (DF), Ceará e Brasil de Pelotas (RS), seu último clube em 2009.

 Esse gaúcho de São Jerônimo, nascido em nove de maio de 1951, foi mais um daqueles garotos do futsal bem aceitos no futebol, inicialmente nos juvenis do próprio Inter (RS) em 1968. Três anos depois já estava profissionalizado, deslocado da função de volante à lateral-direita e apoiado integralmente pelo treinador da época, Daltro Menezes, que da base lançou, ainda, Escurinho, Flávio, Jangada, Luiz Carlos e Carpegiani.

 Na época, identificado apenas pelo prenome Cláudio, o jogador alternava elogios pela garra e determinação como marcador. Também usufruía da estatura de 1,84m de altura para fazer cobertura dos zagueiros no miolo da área em bola aérea. Apesar disso enfrentava críticos ácidos pela lentidão, e era caracterizado por eles como ‘cintura dura’.

 Assim, o jeito foi se aplicar para progredir e fazer jus às companhias de lendários jogadores que conquistaram o bicampeonato brasileiro de 1976. Eis o time da época: Manga; Cláudio, Marinho, Figueroa e Vacarias; Caçapava, Falcão e Jair; Valdomiro, Dario e Lula.


 A partir daí, frequentes inchaços no joelho e duas cirurgias começaram a travar a carreira. O pós-jogo era no Departamento Médico com gelo local e trabalho de fisioterapia para fortalecimento. Logo, os treinos foram prejudicados e, em consequência, queda de rendimento. Por isso, já não descartava a hipótese de encerrar a carreira.

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