Este 29 de outubro marca o segundo ano da
morte do meio-campista, treinador e pernambucano de Guararapes Érico de Paula
Coelho Filho, conhecido no mundo do futebol como Nenê Boteco. Aos 70 anos de
idade, ele foi tão castigado por um câncer que a sua filha Bruna pediu misericórdia
a Deus, citou o jornal Diário de Marília,
na ocasião.
Nenê Buteco foi um meia-de-armação nos tempos
em que jogadores dessa posição eram adaptados com facilidade à de volante.
Alguns outros exemplos foram Nair e Dino Sani no Corinthians, Lorico no
Botafogo de Ribeirão Preto e Zé Carlos no Cruzeiro.
Naquele time são-paulino campeão paulista em
1970, quebrando um jejum de 13 anos sem conquista, Nenê ainda era meia, reserva
de Gérson. E aquele título foi conquistado no Estádio Brinco de Ouro, em
Campinas, na vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Guarani, com Toninho
Guerreiro e Paulo Nani marcando para os são-paulinos, enquanto Wagninho abriu a
contagem para o Bugre. O jogo foi realizado no dia nove de setembro, com
público de 17.766 pagantes.
Curiosidade: mais da metade dos envolvidos
naquela disputa já morreram. Do time são-paulino de Sérgio; Forlan, Jurandir,
Roberto Dias e Gilberto Sorriso; Edson Cegonha e Nenê; Paulo Nani, Terto,
Toninho Guerreiro e Paraná, já partiram Jurandir, Dias, Edson, Nenê, Toninho e
o treinador Zezé Moreira.
Entre os bugrinos daquele time, Wilson Campos,
Tininho, Ferrari, Hélio Gigliolli, Wagninho, Capelosa e Wanderlei já faleceram,
além do treinador Armando Renganeschi. Estão vivos Tobias, Cidinho, Milton dos
Santos e Caravetti.
Nenê Boteco enfrentou o período de ‘vacas
magras’ no futebol do São Paulo, ao chegar ao clube em 1965. É que a diretoria
priorizou o acabamento da construção do Estádio do Morumbi, e o time só voltou
aos trilhos na década de 70, com Nenê participando do bicampeonato paulista.
Inacabado, o Morumbi foi inaugurado dia dois
de outubro de 1960, na vitória são-paulina sobre o Sporting de Portugal por 1 a
0, gol de Peixinho. Com obras concluídas em janeiro de 1970, o estádio chegou a
comportar público recorde de 146.072 torcedores na decisão do paulista de 1977
entre Corinthians e Ponte Preta. Hoje, por medida de segurança, a capacidade
foi reduzida para 72.032 torcedores.
Após o bi no Tricolor, com registro de 263
partidas, Nenê passou por Náutico, São Bento - clube que se identificou e
entrou na galeria de meio-campistas respeitáveis como Bazzaninho, Raimundinho e
Gatãozinho -, Marília e Operário de Campo Grande (MS). Tinha característica de
jogador combativo, mas sabia organizar jogadas.
Como treinador passou, entre outras equipes,
por São Bento, Atlético Sorocaba e Marília. Havia sido hospitalizado por causa
de AVC (acidente Vascular Cerebral).