Décadas passadas, clubes de futebol tinham lá
as suas manias nem sempre bem explicadas. O Vasco, por exemplo, não abria mão
do tal xerife na zaga central. Foi assim nos anos 50 com o saudoso bicampeão
mundial Belini com a Seleção Brasileira. Na década seguinte, uma dupla de
zagueiros ‘limpa área’: Brito e Fontana. O xerifão dos anos 70 foi o botinudo e
também saudoso Moisés. E histórias de zagueirões raçudos que fungavam no
cangote de adversários se estendeu no elenco cruzmaltino pelo menos até meados
da década de 80 com Orlando Monteiro do Nascimento Filho, o Orlando Fumaça.
“Sou jogador viril, de chegar junto. Nunca
divido pra perder. E não tenho vergonha de dar chutão pra frente”, avisou
Orlando Fumaça quando se apresentou em São Januário para integrar o Vasco do
artilheiro Roberto Dinamite em 1982, com defesa formada por Mazaropi; Galvão,
Orlando Fumaça, Celso e Gilberto.
De fato, Orlando Fumaça, 1,91m de altura, era
soberano no jogo aéreo. No chão espanava a bola para o alto, e a devolvia de
qualquer maneira ao campo adversário. Claro que não se importava em valorizá-la
até quando a situação permitia. Logo, a constatação entre vascaínos era de um
zagueiro apenas de vitalidade, características insuficientes às pretensões do
clube. Assim, ele perdeu espaço por lá e teve que continuar a vida de cigano da
bola no América de Rio Preto (SP) em 1983, com vínculo de três anos. Inicialmente
integrou uma defesa montada com Moacir; Brasinha, Orlando Fumaça, Cardoso e
Daniel. Posteriormente formou dupla de zaga com Jorge Lima, batizada de Fumaça
e Faísca, respeitada por atacantes adversários.
Logo, nem parecia aquele zagueiro oscilante de
início de carreira no Goytacaz em 1978, levado pelo ex-lateral-esquerdo
flamenguista Paulo Henrique. Igualmente na Ponte Preta, dois anos depois, não
foi o substituto projetado para o zagueiro Oscar Bernardes, que havia se
transferido ao New York dos Estados Unidos. No time campineiro, Orlando Fumaça
participou de oito jogos consecutivos e depois perdeu a vaga para Juninho.
Assim, acabou transferido ao Mixto de Cuiabá (MT) e Americano de Campos, antes
da chegada ao Vasco.
A regularidade no América resultou em
interesse de Cruzeiro e Atlético Paranaense, que o levaram por empréstimo para
edições do Campeonato Brasileiro. Até clubes de Portugal, como Boa Vista e
Amarantes, também o levaram. Registro para esse histórico antes da escala
descendente no futebol no interior paulista, passando por Matonense,
Novorizontino, Tanabi e novamente América, onde encerrou a carreira em 1992.
Motivo: contusão no ligamento cruzado do joelho direito.
Natural Miracema (RJ), nascido em 30 de
outubro de 1960, Orlando Fumaça fixou residência em Rio Preto e trabalha em
venda de veículos.
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