domingo, 25 de setembro de 2016

Orlando Fumaça, zagueiro estilo xerife no Vasco

 Décadas passadas, clubes de futebol tinham lá as suas manias nem sempre bem explicadas. O Vasco, por exemplo, não abria mão do tal xerife na zaga central. Foi assim nos anos 50 com o saudoso bicampeão mundial Belini com a Seleção Brasileira. Na década seguinte, uma dupla de zagueiros ‘limpa área’: Brito e Fontana. O xerifão dos anos 70 foi o botinudo e também saudoso Moisés. E histórias de zagueirões raçudos que fungavam no cangote de adversários se estendeu no elenco cruzmaltino pelo menos até meados da década de 80 com Orlando Monteiro do Nascimento Filho, o Orlando Fumaça.

 “Sou jogador viril, de chegar junto. Nunca divido pra perder. E não tenho vergonha de dar chutão pra frente”, avisou Orlando Fumaça quando se apresentou em São Januário para integrar o Vasco do artilheiro Roberto Dinamite em 1982, com defesa formada por Mazaropi; Galvão, Orlando Fumaça, Celso e Gilberto.

 De fato, Orlando Fumaça, 1,91m de altura, era soberano no jogo aéreo. No chão espanava a bola para o alto, e a devolvia de qualquer maneira ao campo adversário. Claro que não se importava em valorizá-la até quando a situação permitia. Logo, a constatação entre vascaínos era de um zagueiro apenas de vitalidade, características insuficientes às pretensões do clube. Assim, ele perdeu espaço por lá e teve que continuar a vida de cigano da bola no América de Rio Preto (SP) em 1983, com vínculo de três anos. Inicialmente integrou uma defesa montada com Moacir; Brasinha, Orlando Fumaça, Cardoso e Daniel. Posteriormente formou dupla de zaga com Jorge Lima, batizada de Fumaça e Faísca, respeitada por atacantes adversários.

 Logo, nem parecia aquele zagueiro oscilante de início de carreira no Goytacaz em 1978, levado pelo ex-lateral-esquerdo flamenguista Paulo Henrique. Igualmente na Ponte Preta, dois anos depois, não foi o substituto projetado para o zagueiro Oscar Bernardes, que havia se transferido ao New York dos Estados Unidos. No time campineiro, Orlando Fumaça participou de oito jogos consecutivos e depois perdeu a vaga para Juninho. Assim, acabou transferido ao Mixto de Cuiabá (MT) e Americano de Campos, antes da chegada ao Vasco.

 A regularidade no América resultou em interesse de Cruzeiro e Atlético Paranaense, que o levaram por empréstimo para edições do Campeonato Brasileiro. Até clubes de Portugal, como Boa Vista e Amarantes, também o levaram. Registro para esse histórico antes da escala descendente no futebol no interior paulista, passando por Matonense, Novorizontino, Tanabi e novamente América, onde encerrou a carreira em 1992. Motivo: contusão no ligamento cruzado do joelho direito.


 Natural Miracema (RJ), nascido em 30 de outubro de 1960, Orlando Fumaça fixou residência em Rio Preto e trabalha em venda de veículos.

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