Se outrora apenas o nome bastava para que o
ex-centroavante Reinaldo, do Atlético Mineiro, fosse sufragado nas urnas a
cargos legislativos, na última tentativa a reação de seu eleitorado foi outra.
Dos 15 mil votos que lhe garantiram cadeira na Assembleia Legislativa de Minas
Gerais em 1990, e 6,5 mil votos à Câmara Municipal de Belo Horizonte em 2004, viu
despencá-los para 840 há dois anos, quando projetou retornar ao cargo de
deputado estadual pelo seu Estado. Agora, restou-lhe a alternativa de sair à caça
de votos para vereador, convicto que precisa gastar sola de sapato e saliva.
Reinaldo é um dos exemplos de ex-boleiros que
a fama era revertida em votos. Ex-goleiros consagrados como Raul Plassmann, do
Cruzeiro, e Mazaropi, do Grêmio, ficaram nos 9.082 e 4.721 votos,
respectivamente, há dois anos, quando o ex-atacante Roberto Dinamite, do Vasco,
também não se elegeu ao totalizar 9.452 votos no Rio de Janeiro, após ter saboreado
vitórias em eleições passada.
A lista de ex-boleiros candidatos a vereador no
país é razoável, e justificada por motivos diversos. Alguns, bem articulados,
mostram vocação para a causa pública, e até convencem o eleitor que podem ser
instrumentos de mudanças políticas e sociais. Outros, alienados politicamente,
são manipulados por agremiações partidárias que apostam na suposta popularidade
deles para fisgar eleitores, projetando aumentar o número de votos nas
campanhas eleitorais.
Correntes de cientistas políticos diagnosticaram
ex-boleiros que não dimensionaram a fama como passageira e, aflitos com o
ostracismo, migram para a política visando o ressurgimento através da mídia, se
eleitos forem.
Seja como for, não faltam ex-boleiros pedindo
votos aos eleitores às cadeiras dos legislativos municipais. De certo o ex-ponta-de-lança
Paulo Rink do Atlético Paranaense não intercederá para que o alemão
Sweinsteiger lhe peça voto dos curitibanos como ocorreu em 2014, quando não se
elegeu deputado estadual. Ambos são amigos dos tempos que atuaram no
selecionado da Alemanha.
O ex-meia palmeirense Ademir da Guia quer
voltar a ser vereador por São Paulo, e no próprio clube conta com a
concorrência do ex-zagueiro Tonhão. Ainda na capital paulista, entre
ex-boleiros postulantes às vagas, destacam-se o goleiro são-paulino Waldir
Peres, e os corintianos Marcelinho Carioca e Tupãzinho, meia e atacante
respectivamente. A rigor, Marcelinho, pelo PSB, obteve 19.729 votos há quatro
anos, enquanto o ex-corintiano Dinei chegou a 9.243, com queda para míseros
1.541 na tentativa para deputado federal em 2014.
Na cidade do Rio de Janeiro, o treinador
Andrade também está na disputa. O zagueiro Odvan é candidato em Campos de
Goytacazes (RJ), enquanto o ex-goleiro João Leite, do Galo mineiro, postula o
cargo de prefeito de Belo Horizonte, após experiências legislativas.
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