Quando saiu de Capivari para tentar a carreira
de goleiro no Guarani, Zetti brigava com a balança e a instabilidade técnica
resultou em dispensa na categoria juvenil do clube em 1983. O Palmeiras deu-lhe
nova chance, apostou em seu futuro, e não relutou em emprestá-lo ao Toledo
(PR), para que cumprisse estágio nos juniores e tivesse rápida ascensão ao
profissionalismo. Três anos no futebol paranaense foram suficientes para que
ganhasse maturidade, habilitando-se à condição de titular do Palmeiras.
Treinando exaustivamente, e como exemplo de
superação, Zetti foi fixado na equipe principal do Palmeiras em 1987, ao barrar
Martorelli. E tudo ia bem naquela temporada, com 1.283 minutos sem sofrer um
gol sequer. Por isso, jamais imaginou a transformação em vilão na final do
Campeonato Paulista contra o São Paulo, quando as ‘penas voaram’ no terceiro
gol são-paulino, marcado pelo ex-meia Neto, num chute de longa distância. A
bola, que passou entre as suas pernas, provocou irritação da torcida
palmeirense, que viu o adversário comemorar o título com goleada por 3 a 0.
Zetti passou por outras provações no
Palmeiras, uma delas em 1988 quando sofreu fratura de tíbia e fíbula, após
disputa de bola com o ex-atacante Bebeto. O acidente resultou em afastamento do
futebol por oito meses. No retorno, foi relegado pelo técnico Emerson Leão, na
época comandante do Verdão.
Veloso, em boa forma, foi o goleiro preferido
do treinador, e Ivan o reserva imediato. Zetti ficou como terceiro goleiro. Insatisfeito,
pediu para ser negociado.
O São Paulo o acolheu. E acostumado a
desafios, se entregou ao trabalho, recuperou a boa forma, e tomou o lugar de
Gilmar Grimaldi em 1990. A
partir daí foi uma sucessão de títulos: paulista, Libertadores, Mundial de Clubes
e tetracampeão na Copa do Mundo de 1994, na reserva de Taffarel.
Foi defendendo a Seleção Brasileira, em jogo
na Bolívia, pelas Eliminatórias à Copa, que passou grande susto. Quando se
submeteu ao teste de antidoping sobre uso de cocaína, o resultado foi positivo.
A Fifa o suspendeu preventivamente por quatro dias, até que a CBF explicasse
que ele havia ingerido o chá de coca, bebida comum na Bolívia.
Em 1997, Zetti jogou no Santos e três anos
depois defendeu o Fluminense. Ainda passou por União Barbarense (SP) e Sport
Recife (PE), quando decidiu trocar a função de comandado pela de comandante dos
juniores do São Paulo.
Ele não decolou na carreira de treinador de
futebol. Em 2003, na primeira experiência, superou as expectativas ao levar o
Paulista de Jundiaí (SP) ao vice-campeonato regional. Dirigiu Ponte Preta,
Guarani, São Caetano (SP), Fortaleza e Ituano (SP).
Agora, aos 51 anos completados em janeiro
passado, o ex-goleiro Armelindo Donizetti Quagliato se direcionou a outros
segmentos do futebol e não esmorece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário