terça-feira, 19 de abril de 2016

Zetti, exemplo de superação

 Quando saiu de Capivari para tentar a carreira de goleiro no Guarani, Zetti brigava com a balança e a instabilidade técnica resultou em dispensa na categoria juvenil do clube em 1983. O Palmeiras deu-lhe nova chance, apostou em seu futuro, e não relutou em emprestá-lo ao Toledo (PR), para que cumprisse estágio nos juniores e tivesse rápida ascensão ao profissionalismo. Três anos no futebol paranaense foram suficientes para que ganhasse maturidade, habilitando-se à condição de titular do Palmeiras.
 Treinando exaustivamente, e como exemplo de superação, Zetti foi fixado na equipe principal do Palmeiras em 1987, ao barrar Martorelli. E tudo ia bem naquela temporada, com 1.283 minutos sem sofrer um gol sequer. Por isso, jamais imaginou a transformação em vilão na final do Campeonato Paulista contra o São Paulo, quando as ‘penas voaram’ no terceiro gol são-paulino, marcado pelo ex-meia Neto, num chute de longa distância. A bola, que passou entre as suas pernas, provocou irritação da torcida palmeirense, que viu o adversário comemorar o título com goleada por 3 a 0.
 Zetti passou por outras provações no Palmeiras, uma delas em 1988 quando sofreu fratura de tíbia e fíbula, após disputa de bola com o ex-atacante Bebeto. O acidente resultou em afastamento do futebol por oito meses. No retorno, foi relegado pelo técnico Emerson Leão, na época comandante do Verdão.
 Veloso, em boa forma, foi o goleiro preferido do treinador, e Ivan o reserva imediato. Zetti ficou como terceiro goleiro. Insatisfeito, pediu para ser negociado.
 O São Paulo o acolheu. E acostumado a desafios, se entregou ao trabalho, recuperou a boa forma, e tomou o lugar de Gilmar Grimaldi em 1990. A partir daí foi uma sucessão de títulos: paulista, Libertadores, Mundial de Clubes e tetracampeão na Copa do Mundo de 1994, na reserva de Taffarel.
 Foi defendendo a Seleção Brasileira, em jogo na Bolívia, pelas Eliminatórias à Copa, que passou grande susto. Quando se submeteu ao teste de antidoping sobre uso de cocaína, o resultado foi positivo. A Fifa o suspendeu preventivamente por quatro dias, até que a CBF explicasse que ele havia ingerido o chá de coca, bebida comum na Bolívia.
 Em 1997, Zetti jogou no Santos e três anos depois defendeu o Fluminense. Ainda passou por União Barbarense (SP) e Sport Recife (PE), quando decidiu trocar a função de comandado pela de comandante dos juniores do São Paulo.
 Ele não decolou na carreira de treinador de futebol. Em 2003, na primeira experiência, superou as expectativas ao levar o Paulista de Jundiaí (SP) ao vice-campeonato regional. Dirigiu Ponte Preta, Guarani, São Caetano (SP), Fortaleza e Ituano (SP).

 Agora, aos 51 anos completados em janeiro passado, o ex-goleiro Armelindo Donizetti Quagliato se direcionou a outros segmentos do futebol e não esmorece.

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