segunda-feira, 4 de abril de 2016

Mazinho, uma família de boleiros

 Há dois casos notórios de ex-atletas que se enquadram no dito ‘filho de peixe, peixinho é’. O primeiro é o ex-atacante Lela, que após se projetar no Noroeste de Bauru (SP) conquistou título brasileiro com a camisa do Coritiba em 1985. Seus filhos são Alecsandro, centroavante do Palmeiras, e o lateral-esquerdo Richarlyson, do Novorizontino.
 O segundo é o polivalente Iomar do Nascimento, batizado no mundo da bola como Mazinho, cujos filhos brilham no exterior tanto quanto ele brilhou: Thiago Acântara, 24 anos de idade, hoje atacante do Bayern de Monique, e Rafinha, 22 anos, jogador do Barcelona da Espanha.
 Por sinal, este abril marca o cinqüentenário de vida de Mazinho no dia oito, enquanto o aniversário de Thiago será dois dias depois, com registro de nascimento na Itália, quando da passagem do pai por lá. Todavia, com cidadania espanhola, tem participado da seleção daquele país.
 Para cuidar da carreira dos filhos, visando distanciá-los de pretensiosos empresários do futebol, Mazinho gerencia tudo. Até desistiu do projeto de se transformar em treinador de futebol, após passagem experimental no Aris Salônica, clube de segundo escalação da Grécia, em 2009.
 Filhos a parte, o paraibano Mazinho, de Santa Rita, começou a se despontar na equipe Brasil Santa Cruz (PB) em 1983, despertando interesse do Vasco, que foi buscá-lo e o profissionalizou para atuar na lateral-esquerda dois anos depois, em companhia de Romário, Lira e Mário Tilico. Daquela trajetória vascaína, foi recompensado com a conquista do título brasileiro em 1989, e troféu Bola de Prata naquele ano e outros dois que antecederam, condizente com o estilo técnico e facilidade para o desarme.
 Ambidestro, se familiarizou facilmente à lateral-direita. Foi ali que chegou à Seleção Brasileira como titular da Copa América de 1989 e reserva na Copa do Mundo de 1990.
 Ele ficou no Vasco até 1991, transferindo-se posteriormente para Lece e Fiorentina da Itália. Por lá ficaria mais tempo não fosse interferência da Parmalat - então co-gestora do futebol do Palmeiras - que o buscou em 1993, para que ajudasse na quebra de jejum de títulos, época em que já estava devidamente adaptado à função de volante.
 Assim, no auge da carreira, era natural que participasse da Seleção Brasileira do Mundial de 1994, nos Estados Unidos. Provavelmente não esperava ocupar a vaga do meia Raí. Isso aconteceu a partir da segunda fase da competição, e ali se fixou até levantar o caneco num time formado por Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Leonardo (Branco); Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho; Bebeto e Romário.

 Do Palmeiras ao retorno à Europa não tardou. Na Espanha atuou no Valencia, Celta de Vigo, Elche e Deportivo Alavés. No regresso ao Brasil, ainda jogou no Vitória da Bahia antes do encerramento da carreira de atleta em 2001.

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