Estampidos provocados por rojões podem ser comunicado
de que entorpecentes chegaram a determinada localidade. Outrora poderia ser aviso
de que algum time de futebol marcou gol. Por questão de segurança, desde meados
da década de 70 proibiram acesso de torcedores nos estádios com fogos de
artifício. Eles se transformaram em armas nos confrontos de torcidas rivais.
Na década de 40, quando se constatava comportamento
civilizado de torcedores, em vez de alambrados bastava cerca de madeira de 1m
de altura. Até os anos 50, nem era preciso revistar torcedores nos portões de entrada
dos estádios. Nos anos 80, foi necessário um pacote de medidas para garantir
segurança dos torcedores durante os jogos. Impediram acesso de bandeira com mastro
inferior a 4m de altura, instrumento de percussão, guarda-chuva de ponta e até
radinho de pilha, uma das medidas posteriormente revogada.
Quando os torcedores faziam festa nos estádios
soltando rojões, pessoas nas imediações acompanhavam a contagem dos gols pelo
barulho dos fogos. Se ensurdecedor, a comemoração era do time da casa. Se
discreto, a alegria era do clube visitante.
Que foguetório! Aquela fumaceira deixava tudo
embaçado. Pena que alguns gaiatos mal sabiam manusear rojões e sofriam queimaduras.
Estouros para baixo assustavam torcedores ao redor, que precisavam correr.
Algumas vítimas sofriam mutilações nos dedos, danos nos olhos e até surdez.
Bons tempos em que os jogadores só subiam aos
gramados minutos antes das partidas, plenamente aquecidos nos vestiários.
Depois, preparadores físicos importaram da Europa a metodologia de aquecê-los
nos gramados antes de se uniformizarem. Aí ficou sem graça a posterior saudação
aos torcedores.
Outrora, editores de jornais não priorizavam
imagens em movimento.
Publicavam foto posada do time da casa, restrita aos 11
jogadores e massagista, posicionado à esquerda entre os agachados. E
agachava-se literalmente, com a parte posterior da coxa encostada na
panturrilha. Hoje, nem se pode dizer que a turma da frente fica agachada, já
que sequer dobra o joelho.
Se nos estádios a rigorosa fiscalização sobre
fogos inibe torcedores, fora deles os abusos continuam. Ainda é lembrado o
cruel confronto entre vascaínos e corintianos em 2007, na capital paulista,
resultando na morte de Clayton Ferreira de Souza, de 27 anos de idade. E sabem
quais as armas dos briguentos? Barra de ferro, faca e rojão.
Tal como aqui, na Alemanha torcedores usam
rojões como arma nos conflitos fora dos estádios, mesmo com punições severas aplicadas
aos desordeiros. Na Áustria, década passada, o goleiro Georg Koch, do Rapud,
perdeu parte da audição após ser atingido no ouvido por fogos de artifício. Na
Argentina, baterias de fogos provocam barulho ensurdecedor em jogos
importantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário