domingo, 6 de setembro de 2015

Terto, quase 500 jogos com a camisa do São Paulo

 O São Paulo é uma agremiação que dedica tratamento especial aos seus ex-ídolos. Em maio passado, quando enfrentou o Cruzeiro pela Libertadores no Estádio do Morumbi, a diretoria homenageou 15 ex-atletas em agradecimento pela dedicação ao clube. E naquela leva estava o atacante Tertuliano Severino dos Santos, o Terto, com histórico de 498 jogos e 87 gols marcados no tricolor paulistano de 1968 a 1977.
 Quando chegou ao São Paulo, com fama de baladeiro, Terto participou de um time formado por Picasso; Renato, Jurandir, Roberto Dias e Tenente; Nenê (Lourival) e Benê (Fefeu); Miruca, Terto, Babá (Téia) e Paraná.  Já no segundo ano de clube foi diagnosticado com verme, fez tratamento, e garantiu posição de meia-direita na equipe que em 1970 quebrou jejum de títulos de 13 anos com a conquista do Campeonato Paulista.
 A remontagem da equipe são-paulina implicou na tradição do clube de contratar um meia-armador veterano, caso do carioca Gérson, a exemplo daquilo que havia ocorrido com Sastre e Zizinho décadas anteriores. Gérson era o lançador. Da intermediária defensiva visava à velocidade de Terto.
 O jogo que encaminhou o São Paulo para aquele título foi contra a Ponte Preta dia cinco de dezembro, marcado por erro de arbitragem. Terto sofreu falta do zagueiro pontepretano Henrique a um metro da área, mas o árbitro Arnaldo César Coelho marcou pênalti, convertido por Toninho Guerreiro, que posteriormente ampliou a vantagem para 2 a 0. E com situação consolidada, o São Paulo, treinado pelo saudoso Zezé Moreira, venceu o Guarani em Campinas na última rodada, num time formado por Sérgio; Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto Sorriso; Édson Cegonha e Gérson; Paulo Nani, Terto, Toninho e Paraná.
 No ano do bi, em 1971, a comemoração foi com vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras diante de 115 mil pessoas no Morumbi, com Arlindo no lugar de Dias e o uruguaio Pedro Rocha efetivado como meia-direita, o que provocou deslocamento de Terto à ponta-direita, com saída de Paulo Nani da equipe. Oswaldo Brandão já respondia pelo comando técnico.
 Terto era jogador de explosão, tinha facilidade para chegar ao fundo do campo, e fazia precisos cruzamentos visando o centroavante Toninho Guerreiro. Em 1977, quando as pernas já estavam cansadas, Terto fez companhia a Sócrates e Lorico no Botafogo de Ribeirão Preto. Depois passou por Ferroviário do Ceará e encerrou a carreira em 1982 no Catanduvense.

 Na iminência de completar 70 anos de idade, Terto trabalha em escolinha de futebol para sócios do São Paulo mantendo a postura dos tempos de atleta: educado, divertido e paciente para relatar sua biografia no futebol desde 1965, quando iniciou a carreira no Santa Cruz. Todavia não esconde que fica transtornado com falsidade de amigos. Já ‘voou’ na garganta de um ex-goleiro que pisou na bola com ele.

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