segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Edu Bala, de volante a ponteiro velocista

 Aos 17 anos de idade Edu Bala jogava na várzea paulistana na posição de volante e fazia o vaivém constantemente. Logo, jogando contra o juvenil da Portuguesa despertou atenção do comando da categoria de base do clube em 1965. E os lusos tiveram percepção do desperdício deixá-lo no meio de campo com aquela velocidade. Por isso o efetivaram como ponteiro-direito.
 Três anos depois, já profissionalizado, foi improvisado na ponta-esquerda para fugir da concorrência com o ágil ponteiro-direito Ratinho, que posteriormente se transferiu para o São Paulo, abrindo caminho para que ele se apoderasse da camisa sete da Lusa. Foi quando Carlos Eduardo da Silva ganhou apelido de Edu Bala por causa de seus piques endiabrados. Todavia corria de cabeça baixa e, por vezes, aplicava drible da vaca correndo até fora de campo e alcançando a bola à frente.
 Se chegar à linha de fundo era missão relativamente fácil para Edu Bala, o problema era a qualidade dos cruzamentos. Ainda bem que treinadores do passado tinham paciência para correção de deficiências, com repetição de treinamentos. Assim o ponta-de-lança Leivinha pôde explorar sua virtude no cabeceio no ataque luso de Edu Bala, Leivinha, Ivair e Esquerdinha.
 Como a Portuguesa era clube transitório para jogadores que se destacavam, com posterior repasse aos chamados grandes do futebol paulista, o passe de Edu Bala foi negociado com o Palmeiras, e bravamente ele ganhou a concorrência com Gildo e Copeu da mesma posição. A estréia foi marcada com goleada sofrida para Inter (RS) por 3 a 0, no dia 14 de setembro de 1969.
 No Verdão foram 472 jogos durante dez anos recheados de títulos e participação da segunda fase de academia do clube no biênio 1972-73. Na ocasião ele atuou num time formado por Leão; Eurico, Luiz Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu Bala, Leivinha, César e Nei. “O Leão continua meu melhor amigo daquela turma. Recentemente o convidei para brincar um pouco com o pessoal do máster do Palmeiras e ele chamou a gente de louco’, revelou Edu Bala à Rádio CBN de Ribeirão Preto (SP).
 Na entrevista, o ex-atleta informou sobre a passagem de três jogos pela Seleção Brasileira em 1976 e confessou a proximidade de acerto com o Guarani no início de 1978. Como o São Paulo atravessou o negócio, ele interpreta que ficou marcado pelo treinador Carlos Alberto Silva, que o barrou no tricolor paulistano em 1980, porque Silva o havia indicado para o Guarani.
 Nas andanças posteriores de Edu Bala há registro de passagem pela Universidad Católica do Chile. O encerramento da carreira ocorreu aos 40 anos de idade no Sãocarlense. Assim, na iminência de completar 67 anos dia dez de outubro, Edu se orgulha de ter aplicado bem o dinheiro ganhado no futebol. É proprietário de quatro casas alugadas e ainda conta com dois apartamentos.


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