Aos 17 anos de idade Edu Bala jogava na várzea
paulistana na posição de volante e fazia o vaivém constantemente. Logo, jogando
contra o juvenil da Portuguesa despertou atenção do comando da categoria de
base do clube em 1965. E os lusos tiveram percepção do desperdício deixá-lo no
meio de campo com aquela velocidade. Por isso o efetivaram como
ponteiro-direito.
Três anos depois, já profissionalizado, foi
improvisado na ponta-esquerda para fugir da concorrência com o ágil
ponteiro-direito Ratinho, que posteriormente se transferiu para o São Paulo,
abrindo caminho para que ele se apoderasse da camisa sete da Lusa. Foi quando
Carlos Eduardo da Silva ganhou apelido de Edu Bala por causa de seus piques
endiabrados. Todavia corria de cabeça baixa e, por vezes, aplicava drible da
vaca correndo até fora de campo e alcançando a bola à frente.
Se chegar à linha de fundo era missão
relativamente fácil para Edu Bala, o problema era a qualidade dos cruzamentos.
Ainda bem que treinadores do passado tinham paciência para correção de
deficiências, com repetição de treinamentos. Assim o ponta-de-lança Leivinha
pôde explorar sua virtude no cabeceio no ataque luso de Edu Bala, Leivinha,
Ivair e Esquerdinha.
Como a Portuguesa era clube transitório para
jogadores que se destacavam, com posterior repasse aos chamados grandes do
futebol paulista, o passe de Edu Bala foi negociado com o Palmeiras, e bravamente
ele ganhou a concorrência com Gildo e Copeu da mesma posição. A estréia foi marcada
com goleada sofrida para Inter (RS) por 3 a 0, no dia 14 de setembro de 1969.
No Verdão foram 472 jogos durante dez anos recheados
de títulos e participação da segunda fase de academia do clube no biênio
1972-73. Na ocasião ele atuou num time formado por Leão; Eurico, Luiz Pereira,
Alfredo Mostarda e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu Bala, Leivinha, César e
Nei. “O Leão continua meu melhor amigo daquela turma. Recentemente o convidei
para brincar um pouco com o pessoal do máster do Palmeiras e ele chamou a gente
de louco’, revelou Edu Bala à Rádio CBN
de Ribeirão Preto (SP).
Na entrevista, o ex-atleta informou sobre a passagem
de três jogos pela Seleção Brasileira em 1976 e confessou a proximidade de
acerto com o Guarani no início de 1978. Como o São Paulo atravessou o negócio, ele
interpreta que ficou marcado pelo treinador Carlos Alberto Silva, que o barrou
no tricolor paulistano em 1980, porque Silva o havia indicado para o Guarani.
Nas andanças posteriores de Edu Bala há
registro de passagem pela Universidad Católica do Chile. O encerramento da
carreira ocorreu aos 40 anos de idade no Sãocarlense. Assim, na iminência de
completar 67 anos dia dez de outubro, Edu se orgulha de ter aplicado bem o
dinheiro ganhado no futebol. É proprietário de quatro casas alugadas e ainda
conta com dois apartamentos.
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