Qual o zagueiro mais violento do Brasil de
todos os tempos? Não erra quem elege o saudoso Pinheirense, ex-Ferroviária de
Araraquara (SP). Zagueiro bater faz parte da cultura do futebol, mas goleiro
não. E como toda regra tem exceção, o já ‘aposentado’ Fábio Costa é uma delas,
se não a única: violentíssimo.
Duvida? Pois então acesse imagens de ‘entradas
criminosas’ dele sobre adversários documentadas no You Tube, uma delas em um
carrinho que quase aleijou o meio-campista Tinga, que em 2005 defendia o Inter
(RS) contra o Corinthians no Estádio do Pacaembu. Outro flagrante foi a entrada
desleal sobre o então atacante são-paulino Aloísio Chulapa, que pulou
providencialmente para não ser atingido.
E quando não havia adversário para extravasar
o seu destempero, Fábio Costa arrumava encrencas com outras pessoas. No ano
seguinte, de volta ao Santos, enfrentou um grupo de torcedores que o xingou por
falha em gol de empate do Fluminense por 1 a 1, no Estádio da Vila Belmiro. Conclusão:
afora um soco acertado em um torcedor, só não foi mais espancado porque recebeu
ajuda dos seguranças do clube.
Em 2009, com a habitual aspereza
responsabilizou o zagueiro Fabiano Eller por gol sofrido em derrota fora de
casa para o Marília, mas o acusado não engoliu seco. Assim, ambos trocaram
socos e pontapés e o goleiro ainda tentou agredi-lo com tesoura. Cinco anos
atrás, injustificadamente já havia tentado agredir jornalista mineiro.
Paradoxalmente o castigo veio a cavalo para
Fábio Costa naquela temporada de 2009, quando entrou para rachar no atacante
Tardelli, do Atlético Mineiro, mas virou o pé e se contundiu gravemente.
Castigo porque na maioria dos clubes que passou arrumou confusão. No
Corinthians foi barrado pelo então treinador argentino Daniel Passarella em
2005.
O histórico de encrenca superou
proporcionalmente a estatística de 341 partidas pelo Santos até 2010, atingido,
portanto, o limite de tolerância. Por isso foi desligado do elenco e passou a
treinar em separado. E
para se ver livre dele o Peixe topou emprestá-lo ao Atlético Mineiro mesmo
pagando metade do salário de R$ 170 mil mensais.
No Galo Fábio Costa igualmente não teve espaço
e a última tentativa foi no São Caetano em 2013, marcada apenas por sumiço e
acusação de injúria racial ao chamar o seu companheiro lateral-direito Samuel
de macaco. Paradoxalmente, apesar do alto salário, o goleiro participou de
apenas duas partidas no último ano como atleta, defendendo o Azulão contra
Corinthians e Bragantino.
Apesar do temperamento explosivo, Fábio Costa
foi inegavelmente um bom goleiro e chegou à Seleção Brasileira entre 1999 e
2000, com participação em seis jogos. Baiano de Camaçari, canhoto, 1,86m de
altura, ele nasceu em novembro de 1977 e jogou ainda no Bahia, Cruzeiro, PSV
Endhovem da Holanda e Vitória (BA).