segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Paulo Rick, de goleador a político

 A história de vida do ex-atacante Paulo Roberto Rink, eterno ídolo dos torcedores do Clube Atlético Paranaense, é marcada por situações diametralmente opostas. Quem diria que de goleiro de futsal, na pré-adolescência, fosse se transformar num atacante nos gramados? E mesmo aprovado para jogar nas categorias de base do Atlético Paranaense, no início houve desconfiança sobre as suas possibilidades, tanto que em meados da década de 90 acabou emprestado a Atlético Mineiro e Chapecoense.
 A reviravolta começou no segundo semestre de 1995 no retorno ao Atlético Paranaense, ao formar dupla de ataque com Oséas, revivendo a ‘dobradinha’ Assis-Washington (ambos falecidos) da década de 80, no próprio clube.
 Paulo Rink foi um canhoto que driblava em velocidade e chutava forte ao se aproximar da área adversária. A boa pontaria e facilidade para enfrentar goleiros o transformaram num dos principais artilheiros do futebol do Brasil na época, fato que despertou cobiça do Bayer Leverkusen, que pagou seis milhões de dólares pela contratação em 1997.
 A descendência de avós paternos alemães não significava familiaridade com o dificílimo idioma daquele país, caracterizado por 16 formas para se falar o artigo definido ‘o’ ou ‘a’, por exemplo. E contrariando o americano John Madison, que escreveu livro citando que não vale a pena aprender a língua alemã, o destemido jogador topou o desafio.
 Assim, bastou um ano de sucesso no futebol Leverkusen para que se naturalizasse alemão e abrisse caminho para convocação à seleção daquele país através do treinador Berti Vogts, e atuasse 23 vezes. Ele foi o primeiro brasileiro a atingir o objetivo com futebol recheado de gols. “Optei por jogar na Alemanha porque não tinha espaço na Seleção Brasileira”, justificou.
 Em 1999, no curto período de empréstimo ao Santos, os objetivos não foram atingidos. Depois passou por outros clubes alemães de menor expressão, futebol do Chipre, Coréia do Sul até o retorno ao Atlético Paranaense em 2006, com propósito de jogar mais um ano e, incontinenti, iniciar trajetória como dirigente do clube.
 Como mudança de rota tem sido frequente para Paulo Rink, a política entrou na vida dele com a eleição para vereador de Curitiba em 2012, com os 5.625 votos obtidos pela legenda do PPS (Partido Popular Socialista). Aí caiu na besteira de apresentar projeto que isentaria clubes profissionais da cidade de pagamento do IPTU, rejeitado pela Câmara de Vereadores e pela população em geral.

 Apesar disso, o gosto pela política o animou a se candidatar a deputado federal, mas obteve insuficientes 19.307 votos para se eleger, bem mais que o ex-goleiro Raul Plassman (9.082) e o atacante do Galo mineiro Reinaldo (840 votos pelo PT do B). Dos ex-jogadores, foi expressiva a votação do goleiro Danrlei: 158.520 votos.

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