Apenas citação da morte do então
lateral-esquerdo Oldair Barchi do Atlético Mineiro, dia 31 de outubro passado,
provavelmente geraria questionamento sobre quem foi este jogador. Acrescendo-se
que foi polivalente, é possível recontar período do futebol em que atletas
mudavam sistematicamente de posições a pedido de treinadores.
Quando foi contrato pelo São
Paulo em 1977, o uruguaio Dario Pereyra chegou como meia de armação, posição
originária no Nacional de Montevidéu. Todavia, na sequência foi recuado à
função de volante e por fim à quarta zaga.
O lendário Nilton Santos - já
falecido – atuava como meia-esquerda no time varzeano da praia de Flexeiros na
Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, até se transformar num dos principais
laterais-esquerdos do futebol brasileiro defendendo a única camisa profissional
do Botafogo (RJ).
Décadas passadas,
comumentemente meias de armação se transformavam em volantes. São os
casos de Dino Sani - São Paulo e Corinthians -, Lorico - Vasco, Portuguesa e
Botafogo (SP) -, Paulo Isidoro e Zé Carlos, que fizeram sucesso por Atlético
Mineiro e Cruzeiro respectivamente.
Igualmente são adaptações de
praxe as de volantes a quarto-zagueiro, ou de laterais como zagueiros. Vagner
Basílio, que jogou no São Paulo e Corinthians como quarto-zagueiro,
originariamente foi volante. Leandro, Djalma Santos e Carlos Alberto Torres
foram laterais-direitos que terminaram a carreira na zaga central.
Quanto a Oldair Barchi, a
trajetória no futebol foi marcada de quem inicialmente atacava e terminou a
carreira se defendendo. Quando se profissionalizou no Palmeiras e participou
como reserva da campanha do título paulista de 1959 atuava como meia-direita,
nomenclatura modificada para ponta-de-lança, característica do jogador que mais
se aproximava do centroavante.
Sem espaços no Palmeiras e
com a cobiça do treinador Zezé Moreira para se que se submetesse a teste no
Fluminense, Oldair aceitou o desafio em 1960 e saboreou o título do Torneio
Rio-São Paulo daquela temporada.
Cinco anos depois, já
adaptado à função de volante, foi jogar no Vasco após outra indicação de Zezé
Moreira. O diferencial é que na decisão de título da Taça Guanabara foi
deslocado à lateral-esquerda e anulou o ponteiro-direito Mané Garrincha na vitória
vascaína por 2 a
0, um dos gols dele.
A carreira foi coroada ao se
transferir ao Atlético Mineiro em 1968. Tão logo o lateral-esquerdo uruguaio
Cincunegui se desligou do clube Oldair assumiu a posição, e ali foi intocável
até 1973. Dois anos antes foi campeão brasileiro numa final com triangular. O
Galo venceu o São Paulo por 1 a
0 com de falta marcado por ele, enquanto na repetição do placar sobre o
Botafogo, no Rio, Dario fez o gol da vitória. A carreira foi encerrada no Ceub
do Distrito Federal.
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