domingo, 2 de novembro de 2014

Adeus ao polivalente Oldair do Galo mineiro

Apenas citação da morte do então lateral-esquerdo Oldair Barchi do Atlético Mineiro, dia 31 de outubro passado, provavelmente geraria questionamento sobre quem foi este jogador. Acrescendo-se que foi polivalente, é possível recontar período do futebol em que atletas mudavam sistematicamente de posições a pedido de treinadores.
Quando foi contrato pelo São Paulo em 1977, o uruguaio Dario Pereyra chegou como meia de armação, posição originária no Nacional de Montevidéu. Todavia, na sequência foi recuado à função de volante e por fim à quarta zaga.
O lendário Nilton Santos - já falecido – atuava como meia-esquerda no time varzeano da praia de Flexeiros na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, até se transformar num dos principais laterais-esquerdos do futebol brasileiro defendendo a única camisa profissional do Botafogo (RJ).
Décadas passadas, comumentemente meias de armação se transformavam em volantes. São os casos de Dino Sani - São Paulo e Corinthians -, Lorico - Vasco, Portuguesa e Botafogo (SP) -, Paulo Isidoro e Zé Carlos, que fizeram sucesso por Atlético Mineiro e Cruzeiro respectivamente.
Igualmente são adaptações de praxe as de volantes a quarto-zagueiro, ou de laterais como zagueiros. Vagner Basílio, que jogou no São Paulo e Corinthians como quarto-zagueiro, originariamente foi volante. Leandro, Djalma Santos e Carlos Alberto Torres foram laterais-direitos que terminaram a carreira na zaga central.
Quanto a Oldair Barchi, a trajetória no futebol foi marcada de quem inicialmente atacava e terminou a carreira se defendendo. Quando se profissionalizou no Palmeiras e participou como reserva da campanha do título paulista de 1959 atuava como meia-direita, nomenclatura modificada para ponta-de-lança, característica do jogador que mais se aproximava do centroavante.
Sem espaços no Palmeiras e com a cobiça do treinador Zezé Moreira para se que se submetesse a teste no Fluminense, Oldair aceitou o desafio em 1960 e saboreou o título do Torneio Rio-São Paulo daquela temporada.
Cinco anos depois, já adaptado à função de volante, foi jogar no Vasco após outra indicação de Zezé Moreira. O diferencial é que na decisão de título da Taça Guanabara foi deslocado à lateral-esquerda e anulou o ponteiro-direito Mané Garrincha na vitória vascaína por 2 a 0, um dos gols dele.
A carreira foi coroada ao se transferir ao Atlético Mineiro em 1968. Tão logo o lateral-esquerdo uruguaio Cincunegui se desligou do clube Oldair assumiu a posição, e ali foi intocável até 1973. Dois anos antes foi campeão brasileiro numa final com triangular. O Galo venceu o São Paulo por 1 a 0 com de falta marcado por ele, enquanto na repetição do placar sobre o Botafogo, no Rio, Dario fez o gol da vitória. A carreira foi encerrada no Ceub do Distrito Federal.

Nenhum comentário: