No próximo Dia de Natal o ex-atacante França,
do São Paulo, vai completar 38 anos de idade, e até o ano passado levava vida
de adolescente que adora balada, discoteca, pista de dança, requintados
restaurantes, mulherada e companhia de amigos bilionários. Assim, cultivava a
atraente vida noturna de Tóquio, no Japão, completada sem traumas da
insegurança do Brasil e com uma educação no trânsito de fazer inveja.
Foi esta a confissão do ex-jogador sobre a
definição da capital japonesa que optou para viver depois que parou de jogar
futebol no Yokohama F.C. em 2011.
A fascinação pelo estilo de vida daqueles asiáticos era
tal que sequer fazia planos para retornar ao Brasil, exceto uma vez por ano
para visitar a filha de um casamento que durou até 2004.
A gorda conta bancária dele foi reflexo dos
milionários contratos de seis anos feito no Kashiwa Reysol e de pouco menos de
um ano no Yokohoma. Soma-se a isso a independência financeira já garantida na
passagem pelo futebol alemão de 2002
a 2005, no Bayer Leverkusen.
Para que ganhasse notoriedade no mercado do
exterior, França se destacou no São Paulo como o quinto maior artilheiro de
todos os tempos do clube com 182 gols em 327 partidas, no período de 1996 a 2002. A fase foi tão boa
que a convocação à Seleção Brasileira à Copa do Mundo do Japão e Coréia do Sul
era tida como certa, não fosse uma lesão ter precipitado o corte da relação do
treinador Luiz Felipe Scolari, o Felipão.
O São Paulo ainda negociou os direitos econômicos
do jogador por 12 milhões de dólares. Os alemães se renderam à habilidade no
domínio da bola, facilidade para se desvencilhar de zagueiros adversários, e
frieza para enfrentar goleiros.
Este estilo começou a ser aprimorado em 1993
quando se profissionalizou no Nacional de Manaus (AM). Depois ganhou mais
visibilidade na passagem pelo XV de Jaú, despertando interesse dos cartolas
são-paulinos e trajetória de dois anos na Seleção Brasileira, com direito ao
gol de empate por 1 a
1 contra a Inglaterra, no Estádio de Wembley.
Claro que este ‘vidão’ no primeiro mundo
contrasta com a pacata cidade de Codó, interior do Maranhão, onde França nasceu
e foi registrado com o nome de Françoaldo Sena de Souza. Segundo censo do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, aquela cidade
maranhense, que dista 292
quilômetros da capital São Luís, contava com 118.072
habitantes e ganhou fama nacional como terra da macumba.
De Codó igualmente saíram outros dois boleiros
que brilharam em grandes centros. Primeiro o habilidoso volante Fausto,
apelidado de Maravilha Negra, que foi jogador do Vasco e defendeu a Seleção
Brasileira na Copa do Mundo de 1930, no Uruguai. Depois o lateral-direito
Maranhão, que entre outros clubes passou por Bragantino, Guarani, Santos e
Atlético Paranaense.
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