segunda-feira, 7 de julho de 2014

Assis perambulou dez anos até ser reconhecido

 Na atualidade, jogador que se destacar em quaisquer das divisões de campeonatos de seu estado logo será contratado por agremiações de maior porte, principalmente as das capitais de grande centro. Esta situação contrasta com décadas passadas quando ‘revelações’ permaneciam por mais tempo em seus clubes interioranos, e um claro exemplo disso foi o centroavante Careca, que durante cinco temporadas - a partir de 1978 - defendeu o Guarani, transferindo-se posteriormente ao São Paulo.
 Naquele período os clubes sobreviviam basicamente de bilheterias e não havia o abismo financeiro entre grandes e médios do futebol brasileiro. Apesar disso, é difícil explicar como um jogador com o talento do atacante Assis, falecido neste dia seis de julho, ficou perambulando por clubes do interior paulista durante oito anos até se transferir ao São Paulo em 1980.
 Benedito de Assis Silva se profissionalizou na Francana em 1972 e no ano seguinte transferiu-se para o São José, onde ficou durante quatro anos. Após passagem pela Internacional de Limeira em 1977, voltou à Francana. E em 1979 participou do time que pela primeira vez disputou aquele inchado Campeonato Brasileiro com 90 clubes, cuja formação era de Geninho; Gaspar, Poli, Zé Mauro e Cláudio; Pavan, Paranhos e Antenor; Marinho, Assis e Delém. O goleiro Geninho hoje é treinador.
 No São Paulo, mal Assis formou dupla de ataque com Serginho Chulapa já perdeu a vaga para Renato ‘Pé Mucho’, que veio do Guarani. No pouco tempo que atuou por lá participou deste time: Valdir Peres; Antenor, Nei, Bezerra e Airton; Teodoro, Ailton Lira e Assis; Paulo César, Serginho Chulapa e Zé Sérgio.
 Posteriormente, a passagem relâmpago no Inter (RS) nem conta. A carreira dele decolou mesmo no Atlético Paranaense em 1982, quando ratificou a postura de jogador envolvente com a bola nos pés, boa visão como assistente de goleador, assim como também sabia fazer gols com bola no chão ou no alto. Lá ele formou a histórica dupla de ataque com Washington, batizada na época de ‘Casal 20’, alusão a um seriado de TV criado pelo romancista Sidney Sheldon. E ambos ajudaram o ‘Furacão’ a quebrar jejum de título estadual de 12 anos numa equipe formada por Roberto; Ariovaldo, Jair, Bianchi e Jorge Luís; Sérgio, Lino e Nivaldo; Capitão, Washington e Assis.
 Aquilo que era bom ficou melhor com a transferência da dupla para o Fluminense em 1983, que ajudou a quebrar a hegemonia do Flamengo no campeonato estadual, com vitória por 1 a 0 sobre o rival na final, e o gol do título marcado por Assis aos 45 minutos do segundo tempo. Eis o time: Paulo Vitor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Leomir; Assis, Washington e Paulinho. E lá Assis ficou até as pernas pesarem em 1987. Depois jogou futebol profissional até 1990, encerrando a carreira no Paysandu.

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