O alemão Franz Beckenbauer, que em setembro
completará 69 anos de idade, foi notícia no planeta pouco antes da largada da
Copa do Mundo no Brasil
pela suspensão de 90 dias
imposta pela Fifa, por ter recusado prestar declarações num inquérito sobre
votação para o Mundial de 2022 no Catar, visto que participava do comitê
executivo da entidade.
Beckenbauer é um líder esportivo de muitas
gerações e o maior jogador de todos os tempos da Alemanha. Ele participou
daquele memorável time que arrancou vitória por 4 a 3 sobre a Itália, na
semifinal da Copa de 1966, e, na final, ‘vendeu caro’ a derrota para a seleção inglesa.
Quatro anos depois os alemães chegaram à semifinal da Copa do México e, em
1974, na Alemanha, o Kaiser - apelido que lembra o imperador alemão -, pôde
finalmente repetir gestos de renomados capitães de selecionados, ao conquistar
o título mundial.
A Alemanha viveu períodos de glória quando ele
esteve em campo, inicialmente como volante e posteriormente como o melhor
líbero da história do futebol mundial, quer à frente, quer atrás da zaga. Por
isso foi tido como um esbelto e clássico jogador com a bola nos pés.
Assim, Beckenbauer realizou um sonho que
acalentou desde menino, repetindo o feito de seus companheiros em 1954, na
Suíça, com o título sobre a Hungria, tida como favorita por sua notável equipe
e o futebol maravilhoso do meia Puskas, já falecido. Na prática prevaleceu a perseverança
dos alemães, comandados pelo treinador Sepp Herberger, que derrotaram os
magiares.
Os alemães foram tricampeões mundiais em 1954,
1974 e 1990. Em 1974, o favoritismo era da Holanda - a fabulosa laranja
mecânica - do idolatrado Cruyff, mas a vitória foi da Alemanha. Eles também
foram vices em 1966, 1982, 1986 e 2002. Um cartel respeitável para um país que
aprendeu que o futebol é a paixão do povo. E com o passar dos anos, discípulos
de Beckenbauer foram se tornando habilidosos, maleáveis e bons chutadores. Uma
escola de futebol que soube aliar a força a uma boa técnica.
Antes do final da carreira de atleta,
Beckenbauer ajudou a difundir o futebol nos Estados Unidos, jogando ao lado de
Pelé, no Cosmos. Depois, em 1990, foi técnico alemão campeão da Copa da Itália,
o primeiro do continente europeu que atingiu este patamar quer como jogador,
quer como treinador.
Em 1990, a Alemanha montou equipe versátil e veloz,
que contava com astro Lottar Mathaeus. Ele marcou gols para oferecer ao seu avô
Josef, que morava no lado oriental do país. Era o cérebro do time. Quando não
jogava, seu selecionado parecia uma máquina emperrada. Tinha um físico
privilegiado e resistiu às Copas de 1994 a 98.
Depois da consagração como treinador em 1990,
conforme prometido Beckenbauer deixou o comando da seleção alemã. Ele ainda foi
presidente e manager de seu amado Bayern de Munique.
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