A
expressão descansou, quando encaixada como sinônimo de morreu, expressa a
realidade da morte do ex-presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol)
Eduardo José Farah, aos 80 anos de idade, neste 17 de maio, em São Paulo. Farah
estava internado desde novembro passado em São Paulo.
Farah
foi um dirigente polêmico e sobretudo criativo. Quando assumiu a presidência da
FPF prometeu gestão revolucionária e não se pode dizer que deixou de cumpri-la,
senão vejamos: quem introduziu sete bolas para que as partidas ficassem mais
rápidas? E o teste de dupla arbitragem, quem idealizou? Farah introduziu a
parada técnica, spray para demarcação
de barreiras e dançarinas (farazetes) para entreterem os torcedores em
intervalos de jogos.
O
grande salto de qualidade na gestão Farah foi dado em 1998, dez anos após
assumir ao cargo, quando o futebol ganhou conceito de negócio e o torcedor
caracterizado como cliente. O desinteresse do público na freqüência a estádios
exigiu em choque e por isso foi elaborado um projeto empresarial com o
investidor Grupo VR (Vale Refeição), que destinou R$ 41 milhões ao Campeonato
Paulista daquela edição, com repasse de R$ 500 mil aos grandes clubes enquanto
mandantes de cada partida, e R$ 100 mil igualmente aos pequenos clubes e na
mesma condição.
O
Grupo VR absorveu receita de bilheterias de todos os jogos, e uma das
contrapartidas foi se responsabilizar pela distribuição de prêmios através de
sorteios. Foram 50 automóveis, imóvel no valor de R$ 50 mil e um caminhão com
objetos de utilidade.
Foi o
período em que Farah
criou a torcida vip nos estádios, atendendo-a com redução de filas nas
bilheterias e criando o modelo móvel de compra de ingresso. Aí surgiram os
bilhetes eletrônicos e a conseqüente substituição das catracas mecânicas.
Limpeza em sanitários foi outra exigência, e por isso o setor foi terceirizado.
Claro que a ousadia de Farah gerou polêmica,
como a contestação do projeto ‘Disk Marcelino’, que visava repatriar o meia ao
futebol brasileiro, quando atuava na Espanha. O projeto consistia em que o torcedor
fizesse ligação ao custo de R$ 3 e o clube com percentual maior de ligações
receberia o atleta sem bancar a compra do passe. Foi aí que 62,5% de
corintianos telefonaram e o time venceu a disputa, contra 20,3% de
são-paulinos, aparecendo os demais clubes em cotação inferior.
Em
2001 Farah extrapolou. Nenhum jogo poderia terminar sem vencedor, pois havia prolongamento
nas disputas de pênaltis. Aí o vencedor ganhava um ponto e o perdedor nenhum. Nos
empates com gols quem ganhava nos pênaltis levava dois pontos, enquanto o
perdedor somava apenas um. Vencedores de partidas por qualquer contagem
ganhavam três pontos.
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