No dia 7 de fevereiro passado o ex-goleiro
Fiordemundo Marolla Júnior completou 53 anos de idade e o seu repertório de
histórias parece inesgotável. Talvez a mais singular foi ter sofrido gol de
árbitro de futebol, caso do polêmico José de Assis Aragão no empate por 2 a 2 entre Santos e Palmeiras,
dia 9 de outubro de 1983. O Peixe vencia a partida por 2 a 1 até os 47 minutos do
segundo tempo. Aí, o ex-meia Jorginho, do Palmeiras, errou na finalização, a
bola sairia pela linha de fundo, mas a má colocação de Aragão mudou o rumo dela.
Resvalou na perna dele e traiu o goleiro Marolla.
Naquele time do Santos jogavam Marola; Betão,
Márcio, Toninho Carlos (Davi) e Gilberto (Paulo Robson); Dema, Paulo Isidoro e
Pita; Lino, Serginho e João Paulo. E esta formação foi vice-campeã brasileira
naquele ano, quando paradoxalmente o goleiro começou a perder espaço com a
chegada do uruguaio Rodolfo Rodrigues.
A trajetória de Marolla foi iniciada no XV de
Jaú, cidade natal dele. O treinador Cilinho, marcado pelo lançamento de jovens
valores, foi quem o revelou e o lançou em 1977, ano que o Estádio Zezinho
Magalhães registrou recorde de público em jogo contra o Corinthians, com 24.533
pagantes. Todavia, Marolla só se firmou como titular no ano seguinte, em equipe
que contava com Marolla; Benazzi, Marco Antonio, Nilson Andrade e Donizetti;
Sabará, Roberval Davino e Paulinho Jaú; Frazão, Marcão e Moisés.
Marolla treinava exaustivamente para aprimorar
reflexo e chegou a ser comparado ao goleiro Carlos da Seleção Brasileira de
1986, e fazia questão de citar que procurava se inspirar nele.
Ele foi a convocado à Seleção Brasileira de
Novos para jogos em Toulon, na França, e até a principal em 1981, durante jogos
das Eliminatórias à Copa do Mundo da Espanha, chamado pelo então treinador Telê
Santana. Na época, ele havia se transferido ao Santos para substituir o goleiro
Vitor, machucado.
A partir de 1984 Marolla começou a andança por
clubes brasileiros. Jogou no Colorado, foi tri estadual no Atlético Paranaense,
campeão da Copa do Brasil no Criciúma, e passou ainda por Botafogo (SP),
Goiatuba e encerrou a carreira em 1995 no Lousano, atual Paulista de Jundiaí.
Hoje, Marolla é professor de educação física, está
barrigudinho e com cabelos brancos ainda caídos na testa. Felizmente não foi
contaminado pela insensibilidade de boleiros e, mesmo no anonimato, desenvolve
trabalho social como voluntário de instituições carentes e hospitalares.
Habilmente usa a sua influência para captar
recursos ao Hospital do Câncer de Jaú. É praxe conseguir camisas autografadas
de jogadores para leiloá-las. Segundo reportagem do portal UOL, a camisa do ex-santista Neymar foi leiloada por 20 mil no dia
19 de fevereiro de 2012, com todo dinheiro revertido ao hospital.