A coluna sempre presta homenagens a atletas
falecidos recentemente e o último em referência é o zagueiro Hideraldo Luiz
Belini, que imortalizou o gesto de levantar a taça com a conquista da Copa do
Mundo de 1958 na Suécia pela Seleção Brasileira, numa equipe formada por
Gilmar; De Sordi (Djalma Santos), Belini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi;
Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.
Naquele ano o zagueiro também estava vinculado
ao Vasco e atuava numa defesa formada por Barbosa, Paulinho, Belini, Orlando e
Coronel. Seis anos antes, quando chegou ao clube carioca, ganhou apoio do
treinador Flávio Costa e atuou ao lado de atletas consagrados como Danilo,
Augusto, Ademir de Menezes e Barbosa.
Teria sido Belini um baita zagueiro? Não, foi
um zagueiro que ‘zagueirava’, o chamado limpa trilho ou limpa área. Valia-se do
vigor físico nas disputas de bola, explorava a boa estatura no jogo aéreo
defensivo, e pautava-se pela regularidade.
Se disserem que foi um zagueiro estilo
clássico desminta os interlocutores. Quem teve categoria foi o contemporâneo
dele Mauro Ramos de Oliveira, já falecido, coincidentemente com início de
carreira no mesmo clube: Esportiva Sanjoanense, de São João da Boa Vista (SP),
no final da década de 40, igualmente na zaga.
O destino traçou a convergência deles na
Seleção Brasileira no mundial de 1958, porém com Mauro como reserva imediato,
justamente ele que matava a bola no peito com extrema elegância e a fazia sair
de trás com classe. Curiosamente, quando Mauro trocou o São Paulo pelo Santos
em 1962, seu substituto foi Belini, inicialmente formando dupla de zaga quer
com Jurandir, quer com Roberto Dias, um dos melhores quarto-zagueiros de todos
os tempos do futebol brasileiro, apesar da estatura de 1,71m de altura.
Dias morreu aos 64 anos de idade, e no
primeiro ano de Belini no Estádio do Morumbi ambos atuaram juntos numa equipe
comandada pelo treinador Oswaldo Brandão e formada por Poy; De Sordi, Belini,
Dias e Sabino; Cido e Benê; Faustino, Prado, Jair e Agenor.
Naquela década, cartolas são-paulinos
priorizaram a construção do estádio e montaram equipes ‘meia-boca’, o que
provocava sobrecarga a jogadores de defesa.
Belini participou de três edições de Copa do
Mundo. Em 1962 foi reserva de Mauro na conquista do bicampeonato, no Chile. E
mesmo sem justificar convocação, esteve no Mundial de 1966, na Inglaterra,
ocasião em que encerrou o ciclo no selecionado, totalizando 57 partidas e 42
vitórias.
Ele ficou mais dois anos no São Paulo, já sem
a habitual regularidade, e por isso topou transferência ao Atlético Paranaense,
juntando-se aos veteranos Dorval, Zé Roberto, Djalma Santos e Zequinha, os dois
últimos já falecidos. Dorval atuou no lendário quinteto ofensivo do Santos
formado por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
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