segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Oito anos sem o zagueiro Samuel

  Do clássico zagueiro Samuel Arruda restou apenas lembranças. Ele morreu na madrugada do dia 5 de fevereiro de 2006, aos 57 anos de idade, vítima de complicações cardíacas.
 Foi o ex-atacante Babá, com passagens por Guarani e São Paulo, quem o indicou ao então técnico do juvenil da Ponte Preta, Zé Duarte (já falecido), para testes. E Samuca, apelido de infância, chegou ao Estádio Moisés Lucarelli na carroceria de um caminhão de areia.
 Samuel era brincalhão e se divertia com gargalhadas. Em campo, não só comprovava as qualidades de um zagueiro clássico como abusava da confiança lembrando os lendários Mauro Ramos de Oliveira e Ramos Delgado.
 No começo de carreira, era raro passar uma partida sem aplicar chapéu em atacante adversário, por puro deboche. Samuel era um zagueiro tão qualificado que em 1968 superou medalhões na posição e ganhou vaga no time principal da Ponte, que ‘brigava’ pelo acesso à divisão principal do futebol paulista.
 O zagueiro desarmava com sabedoria, matava a bola no peito dentro de sua área, arriscava dribles sem temor, conduzia a bola de cabeça erguida, interceptava cruzamentos de cabeça com entrega principalmente aos laterais ao invés do rebote sem direção. Logo, com essas virtudes, teria que despertar interesse de grandes clubes.
 Samuel, sempre com cabelos caídos na testa, deu seqüência à carreira no São Paulo de 1971 a 1975, ocasião em que ganhou a posição do botinudo Paranhos. Ele atuou separadamente com estes jogadores: Sérgio Valentin; Pablo Forlan, Samuel, Arlindo e Gilberto Sorriso; José Carlos Serrão, Pedro Rocha e Muricy Ramalho; Terto, Serginho Chulapa e Paraná.
 Em 1976 teve a responsabilidade de substituir Luís Pereira no Palmeiras. Luisão e o meia Leivinha tiverem passes negociados com o Atlético de Madri, da Espanha, e as vagas foram repostas por Samuel e Jorge Mendonça, um meia que era ídolo do Náutico (PE).
 E logo no primeiro ano de Palmeiras comemorou título estadual, na memorável vitória sobre o XV de Piracicaba por 1 a 0, gol de Jorge Mendonça, em jogo que o Estádio Palestra Itália recebeu público recorde: 40.283 pagantes.

 O volante Dudu, que havia abandonado a carreira de jogador, foi bem sucedido como treinador ao substituir Osvaldo Brandão. O time palmeirense da época contou com Leão; Valdir, Samuel, Arouca e Ricardo; Pires, Ademir da Guia e Jorge Mendonça; Edu Bala, Toninho e Nei.
 Samuel ainda jogou no Sport Recife e Noroeste (SP). Em 1980, quando estava sem clube, foi vítima de um acidente nas proximidades de Bauru, quando um caminhão chocou-se contra a traseira de seu automóvel, provocando, como seqüela, a perda do olho esquerdo. Acabava ali uma carreira digna de registro.

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