segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Euzébio, 733 gols na carreira profissional

 Quem vasculhar um pouco mais sobre a história do ídolo Euzébio da Silva Ferreira, do Benfica e seleção de Portugal, morto neste 5 de janeiro, vai observar um relato curiosíssimo: o meio-campista José Carlos Bauer - já falecido -, enquanto olheiro do São Paulo, indicou o centroavante ao seu clube quando ele ainda jogava em Lourenço Marques, cidade de Moçambique, e não foi ouvido. Por isso teria reforçado a indicação ao húngaro Bela Guttman, treinador do Benfica em 1960.

 Como Euzébio partiu para outro plano à humanidade, fica uma interrogação sobre a versão citada. O certo é que o volante Bauer havia mantido amizade com o seu comandante da temporada de São Paulo de 1957, e Bela Guttman ficou orgulhoso com os três gols marcados pelo estreante Euzébio na goleada do time de aspirantes do Benfica sobre o Atlético de Lisboa por 4 a 0, no dia 23 de maio de 1961.

 Euzébio driblava na velocidade, pegava forte na bola e tinha a virtude dos cabeceadores. Logo, raramente passava uma partida sem fazer gols. Por isso o histórico é de 733 gols em 745 partidas.

 A mídia realça os dois gols que ele marcou na vitória de virada do Benfica sobre o Real Madrid por 5 a 2, quando perdia por 2 a 0 em 1962, que representaram o título europeu. Outros dois gols fundamentais foram marcados pela seleção portuguesa sobre o Brasil, na vitória por 3 a 1 válida pela Copa do Mundo de 1966, quando ele foi artilheiro com nove gols, quatro deles na fantástica virada sobre a Coréia do Norte por 5 a 3, quando os portugueses perdiam por 3 a 0.

 Na semifinal, Portugal foi derrotado pela Inglaterra por 2 a 1, com gol de honra de Euzébio, que curiosamente recebeu apelido de ‘Pantera Negra’ dos ingleses quatro anos antes. Daquele time, o treinador Oto Glória temperava a garra portuguesa com técnica de jogadores como o centroavante Euzébio, o melhor de todos os tempos daquele país, num time formado por José Pereira; Moraes, Batista, Vicente e Hilário; Jaime Graça, Coluna e José Augusto; Eusébio, Torres e Simões.

 Após aquele Mundial houve até que quem exagerasse ao compará-lo a Pelé e não faltaram projeções de que seria o sucessor da coroa do astro brasileiro. Entretanto Euzébio travou batalhas contra contusões, foi operado seis vezes do joelho esquerdo e uma vez no direito.

 Euzébio, nascido em Moçambique, foi filho de mãe moçambicana negra. Já o pai, um angolano branco, morreu quando ele estava na pré-adolescência. Por isso a mãe só admitiu que ele se transferisse para Portugal com a promessa do também moçambicano Mario Coluna - atleta do Benfica - tomar conta dele.

 Euzébio jogou futebol profissionalmente até 1978, os últimos dois anos em Portugal, após passagem por Estados Unidos, Canadá, México.

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