Este 17 de janeiro marca o quarto ano da morte
do treinador Francisco José Sarno Matarazzo, vítima de complicações do Mal de
Alzheimer, doença degenerativa que provoca perda da memória e é incurável. O tratamento só resulta no
adiamento da evolução dela.
Sarno polemizou com a edição do livro ‘A Dança
do Diabo’, que revela desmandos no futebol dentro e fora dos gramados. E quem
acompanhou o trabalho dele testemunha que foi um ótimo observador do futebol. Ele
pedia aos seus atacantes que explorassem falhas de adversários com aplicação de
dribles no pé “bobo” de zagueiros, jogadas de velocidade diante de marcadores
lentos, e jogo aéreo contra defesas vulneráveis.
Nascido em Niterói (RJ), no dia 5 de novembro
de 1924, Sarno esteve diretamente ligado ao futebol até a década de 70. Foi um
zagueiro de estilo clássico com passagens por Botafogo (RJ), Vasco, Palmeiras,
Santos e Jabaquara de Santos. Polivalente, de vez em quando era deslocado à
lateral-esquerda e como volante. Como treinador, passou por mais de uma dezena
de clubes, entre eles Corinthians, Jabaquara, XV de Piracicaba, Coritiba,
Atlético (PR), Noroeste, Guarani, Ponte Preta e futebol colombiano.
Sarno ficou marcado positivamente no Coritiba
pelo bicampeonato nas temporadas 1968/69, quando o clube quebrou um jejum de
títulos de oito anos. No futebol campineiro, primeiro passou pelo Guarani, em
meados da década de 60, ocasião em que os atletas estranharam longas preleções
pós-jogo, quando o time era derrotado.
Ainda no Guarani tinha o hábito de carregar
uma toalha durante os jogos, e a usava para indicar o canto que o goleiro de
seu time - no caso Dimas - deveria arriscar em cobranças de pênaltis para o
adversário, colocando-a na mão direita ou esquerda. E se o goleiro contrariasse
a sua instrução seria sacado do time.
O treinador dirigiu a Ponte Preta durante o
Campeonato Paulista da segunda divisão de 1964, que se estendeu até 7 de março
de 1965. Na última rodada, bastava uma vitória para a Macaca garantir acesso ao
Paulistão, mas foi derrotada pela Portuguesa Santista por 1 a 0, no Estádio Moisés
Lucarelli, em Campinas. O
gol da Briosa foi marcado por Samarone aos 6 minutos do 1º tempo, o público foi
de 16.757 pagantes, e irados pontepretanos depredaram ônibus que conduziam
torcedores visitantes. Na época, contabilizava-se pontos perdidos às equipes. A
Santista terminou a competição com sete e a Ponte nove pontos.
Sarno escalou Anibal (Fernandes); Valmir e
Antoninho; Ivan, Sebastião Lapola e Jurandir; Jairzinho, Ari, Da Silva,
Urubatão e Almeida. A Santista foi campeã com Cláudio; Alberto e Anderson;
Norberto, Osmar, e Zé Carlos; Lio, Samarone, Valdir, Pereirinha e Babá. Juiz:
Albino Zanferrari. Quatro meses antes, a Santista ganhou dois jogos amistosos
contra Ponte por 2 a
1, em Santos e Campinas.
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