A fase esplendorosa do Cruzeiro no Campeonato
Brasileiro recomenda lembrança de um de seus ídolos do passado. Quis o destino
que o ponteiro-direito Roberto Batata, no auge da carreira, morresse no dia 13 de
maio de 1976, na iminência de completar 27 anos de idade.
Batata dirigia o seu veículo Chevette na
Rodovia Fernão Dias - que liga Belo Horizonte a São Paulo - e a tinha
finalidade de rever familiares no município mineiro de Três Corações. Não deu
tempo. Ele se envolveu em um acidente fatal. Foi uma colisão frontal de seu automóvel
com um caminhão.
O acidente, que provocou comoção na
coletividade cruzeirense, ocorreu após Roberto Batata ser considerado um dos
melhores em campo na goleada imposta pelo seu time sobre o Alianza de Lima, no
Peru, por 4 a
0, com dois gols de Joãozinho, Roberto Batata e Jairzinho, diante de um público
de 35 mil pagantes. O Cruzeiro, comandado por Zezé Moreira, jogou com Raul
Plassmann; Nelinho, Morais, Osires (Darci Menezes) e Vanderlei Lázaro; Wilson
Piazza, Eduardo Amorim e Palhinha; Roberto Batata (Isidoro), Jairzinho e
Joãozinho.
Na partida de volta, no Estádio do Mineirão,
os jogadores cruzeirenses se ajoelharam no centro do gramado e rezaram em
memória do companheiro Roberto Batata antes do apito inicial. E, por fim, o
grupo cumpriu o pacto de dar a vida pela conquista da Libertadores da América,
e o objetivo foi alcançado.
Na fase final, após vitória em casa e derrota
como visitante para o River Plate da Argentina, o Cruzeiro teve que disputar a
chamada ‘negra’ no Chile, e o ponteiro-esquerdo Joãozinho se antecipou a
Nelinho, em cobrança de falta, e marcou o gol da vitória por 3 a 2, que significou o título à
equipe.
A festa da boleirada no vestiário só não foi
completa porque Zezé Moreira não conseguiu esconder a irritação com Joãozinho e
deu-lhe uma tremenda bronca por ter tomado o lugar de Nelinho naquela cobrança
de falta que decidiu o jogo. “Seu moleque irresponsável! Nosso cobrador de
falta é o Nelinho, ouviu”?
Roberto Batata foi um atacante rápido,
habilidoso e goleador. Segundo o Almanaque do Cruzeiro, ele marcou 110 gols em
285 partidas disputadas pelo clube. Na época exibia uma cabeleira Black Power,
costume na época de quem tinha cabelos crespos.
Por que Batata? O apelido veio na infância
porque adorava devorar batatinha frita. Coincidência ou não, o jogador tinha o
hábito de colocar apelido nos companheiros. Na época ele fazia imitação de
pessoas.
No período em que jogou no Cruzeiro, de 1971 a 1976, Roberto Batata
colecionou quatro títulos regionais e um sul-americano. A passagem pela Seleção
Brasileira deu-se em 1975, em seis jogos, inclusive pela Copa América, e três
gols.
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