segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


Eduardo Amorim valoriza disciplina tática

 
 O ostracismo do treinador Eduardo Fernandes Amorim é parcialmente explicado porque não admite ficar ligado a empresários de futebol. Portanto, após experiência como comentarista da TV Alterosa, de Minas Gerais, criou uma empresa com a finalidade de revelar jogadores.

 Sua carreira de treinador foi iniciada no Corinthians em 1995, onde conquistou os títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Depois trabalhou no Atlético (MG), Portuguesa, Sport Recife, América (RN), e ficou oito anos na Grécia.

 Sua história no futebol começou como jogador do Cruzeiro em 1969, como ponteiro-direito que sabia fazer precisos cruzamentos. Devido à versatilidade para conduzir a bola em diagonal, foi adaptado como ponta-de-lança, com a vantagem da obediência tática de recuar para ajudar na marcação. Foi assim no Corinthians, onde passou de 1981 a 87. A carreira de atleta foi encerrada no ano seguinte no Santo André.

 No histórico de títulos, ênfase para o da Taça Libertadores em 1976, pelo Cruzeiro. Foram três jogos contra o River Plate da Argentina. O primeiro com goleada mineira por 4 a 1 no Estádio do Mineirão. O segundo no Estádio Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, quando ele ficou indignado com a desastrosa arbitragem do uruguaio José Martinez Bazán, que validou o segundo gol argentino em jogada irregular, resultando em vitória dos mandantes por 2 a 1. O lateral-esquerdo Vanderlei, do Cruzeiro, foi empurrado no lance que precedeu o gol e a falta não foi marcada.

 No terceiro jogo, em Santiago do Chile, a vitória foi dos cruzeirenses por 3 a 2. Nelinho, de pênalti, abriu o placar. Eduardo ampliou para os mineiros. O River empatou, mas foi derrotado aos 43 minutos do segundo tempo. Numa falta nas imediações da área, Nelinho já se preparava para a cobrança quando o atrevido atacante Joãozinho bateu de curva na bola e marcou.

 Os cruzeirenses se ajoelharam no centro do gramado e rezaram em memória do companheiro Roberto Batata, morto no dia 13 de maio de 1976, quando o seu veículo Chevette se envolveu em acidente fatal na Rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo.

 Entre abraços da boleirada nos vestiários, o técnico Zezé Moreira (falecido) deu uma tremenda bronca em Joãozinho, apesar dele ter feito o gol da vitória. “Seu moleque irresponsável. Nosso cobrador de falta é o Nelinho, ouviu”!

 No Corinthians, como atleta, Eduardo foi bicampeonato paulista em 1982/83, num time formado por Leão; Alfinete, Mauro, Juninho e Wladimir; Paulinho, Biro-Biro e Zenon; Eduardo, Sócrates (falecido) e Casagrande. Foi o período da ‘democracia corintiana’, movimento liderado pelos jogadores Sócrates, Casagrande e Vladimir, que consistia nos rumos do futebol do clube através dos votos de jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes.

 

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