Sorlei Murali Crudzinki foi um zagueiro
clássico, cuja carreira foi interrompida aos 28 anos em 2002, quando atuava
pela Portuguesa Santista. Agora, enquanto descansa em Coritiba, no Paraná, dá
entrevistas citando o sonho com a carreira de treinador. Ou melhor: projeta um
futuro promissor na nova função.
“Ainda vou dirigir o Fluminense. Pode escrever
aí”, afirmou ao portal do Globo Esporte
em abril de 2009, quando foi flagrado na capital paranaense com a cabeça
raspada.
Que Sorlei tem boa leitura de partidas, isso
ficou claro para quem teve contato com ele no pós-jogo. Nas avaliações, era tão
realista que, por vezes, sobravam críticas até para companheiros, que resultavam
em situação constrangedora.
No quesito comunicador sempre mostrou
facilidade de expressão, e por isso sempre foi requisitado para entrevistas. Os
assuntos fluíam. Jamais o entrevistador deparava com o irritante monossílabo.
Então, a boa capacidade de argumentação influenciava. E adicionava a isso a
postura de um líder de grupo.
Dos outros quesitos indispensáveis a
treinadores, restaria ser testado sobre atualização profissional, se sabe ouvir
críticas, persistência e sobretudo sorte. Sem isso, de nada adiantaria imaginar
que entender de futebol e ter competência para transmitir a sua filosofia aos
comandados seria suficiente. E diferente da posição de algumas correntes, não é
exigência básica que seja formado em educação física.
Já que uma casa começa pelo alicerce, a opção
para Sorlei seria um clube de menor expressão, para se transformar em vitrine
na hipótese de alcançar bons resultados. Ainda assim precisa se conscientizar
que treinador fica eternamente na ‘corda bamba’.
A carreira de atleta bem sucedida em grandes
clubes como Coritiba, Fluminense e São Paulo contribuiu para Sorlei absorver bons
ensinamentos de seus treinadores. No Flu, foi campeão carioca em 1995, num time
comandado por Jorge Vieira - já falecido - e formado por Wellerson; Ronald,
Sorlei, Lima e Lira; Márcio Costa, Aílton, Djair e Rogerinho; Renato Gaúcho e
Leonardo.
No São Paulo ele ficou pouco mais de seis
meses em 1996. Depois, transferiu-se ao Guarani e formou dupla de zaga com
Sangaletti, num time treinado por Carbone e formado por Hiran; Sorlei,
Sangaletti e Júlio César; Germano, Valdeir, Cairo, Elso e Alexandre Gaúcho;
Ailton e Marcelo Carioca.
Sorlei desarmava bem, sabia antecipar ao
adversário, mas era vulnerável no jogo aéreo, com a estatura de 1,81m de
altura, hoje considerada inapropriada para zagueiros.
Seguidas contusões em joelhos, que resultam em
cinco cirurgias, impediram que tivesse sequências de jogos e por isso o
rendimento em campo foi decrescendo quando saiu do Guarani em 1999, passando
por Vila Nova (GO), ABC potiguar, Bragantino e Portuguesa Santista.
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