segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Cláudio Pinho, o maior artilheiro do Corinthians

 

 No céu, ou aonde estiver, o ponteiro-direito Cláudio Cristovam Pinho também deve entoar o grito de guerra do representante do Brasil no Mundial de Clubes, no Japão: ‘Vai Corinthians’.

 É obrigação do corintiano saber que Cláudio entrou para a história do clube como o principal artilheiro de todos os tempos com 295 gols, estatística confirmada em depoimento do jogador ao finado jornal impresso A Gazeta Esportiva em abril de 1998, dois anos antes de sua morte. Há informações contraditórias de que ele teria marcado 305 gols em 533 partidas disputadas pelo Corinthians.

“Sempre fui lembrado não pelos gols que marquei, mas pelos passes que dei. Tem gente que até hoje fala dos cruzamentos na cabeça do Baltazar”, revelou Cláudio naquela ocasião, em defesa da solidariedade do conjunto. “O futebol tem que ser assim. Todo mundo tem o seu papel. O que faz o gol e o que faz o passe, porque sem ele não sai o gol”, acrescentou.

 A passagem pelo Corinthians de 1945 a 1957 foi marcada como um ponteiro-direito rápido, habilidoso e exímio cobrador de faltas e escanteios. Há historiadores que lembram de um gol olímpico marcado contra o Palmeiras logo que foi contratado pelo Timão, num ataque formado por Cláudio, Luizinho, Rafael, Simão e Carbone. Posteriormente ele foi companheiro do centroavante Baltazar, o cabecinha de ouro.

 A postura de líder em campo resultou no apelido de ‘Gerente’. E, em uma de suas últimas entrevistas, Cláudio não se constrangeu ao afirmar que quando as coisas não davam certo em campo, ele fazia aquilo que achava melhor, deixando explícito que não era subserviente ao comandante. “O treinador pedia uma coisa, mas eu mudava dentro de campo. Tinha liderança sobre os meus companheiros, e tinha liberdade com o técnico”.

 Por essas e outras razões que Cláudio já criticava meias que participavam de jogadas apenas quando a bola chegava aos pés, como se projetasse que o treinador Tite, do Corinthians, fosse assimilar os seus conceitos de futebol participativo. “Algumas vezes os meias se desligam do jogo, como se não tivessem a menor responsabilidade”.

 Apesar da identificação com o Corinthians, Cláudio entrou para a história por ter atuado nos quatro grandes clubes do futebol paulista. O início da carreira foi no Santos, sua cidade natal, em 1940. Dois anos depois transferiu-se por empréstimo para o Palmeiras e marcou o primeiro gol do clube na era pós Palestra Itália, na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo. Del Nero e Echevarrieta completaram o placar no jogo do título paulista. Waldemar de Brito marcou para o tricolor paulistano.

 Cláudio jogou no Corinthians até 1957. Depois, ainda no clube, foi técnico interino com a saída de Oswaldo Brandão. De 1958 a 1960 atuou no São Paulo, onde encerrou a carreira de atleta. Na biografia constam 12 jogos pela Seleção Brasileira.

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