Cláudio Pinho, o maior artilheiro do
Corinthians
No céu, ou aonde estiver, o ponteiro-direito
Cláudio Cristovam Pinho também deve entoar o grito de guerra do representante
do Brasil no Mundial de Clubes, no Japão: ‘Vai Corinthians’.
É obrigação do corintiano saber que Cláudio
entrou para a história do clube como o principal artilheiro de todos os tempos
com 295 gols, estatística confirmada em depoimento do jogador ao finado jornal
impresso A Gazeta Esportiva em abril
de 1998, dois anos antes de sua morte. Há informações contraditórias de que ele
teria marcado 305 gols em 533 partidas disputadas pelo Corinthians.
“Sempre
fui lembrado não pelos gols que marquei, mas pelos passes que dei. Tem gente
que até hoje fala dos cruzamentos na cabeça do Baltazar”, revelou Cláudio
naquela ocasião, em defesa da solidariedade do conjunto. “O futebol tem que ser
assim. Todo mundo tem o seu papel. O que faz o gol e o que faz o passe, porque
sem ele não sai o gol”, acrescentou.
A passagem pelo Corinthians de 1945 a 1957 foi marcada como
um ponteiro-direito rápido, habilidoso e exímio cobrador de faltas e
escanteios. Há historiadores que lembram de um gol olímpico marcado contra o
Palmeiras logo que foi contratado pelo Timão, num ataque formado por Cláudio,
Luizinho, Rafael, Simão e Carbone. Posteriormente ele foi companheiro do
centroavante Baltazar, o cabecinha de ouro.
A postura de líder em campo resultou no
apelido de ‘Gerente’. E, em uma de suas últimas entrevistas, Cláudio não se
constrangeu ao afirmar que quando as coisas não davam certo em campo, ele fazia
aquilo que achava melhor, deixando explícito que não era subserviente ao
comandante. “O treinador pedia uma coisa, mas eu mudava dentro de campo. Tinha
liderança sobre os meus companheiros, e tinha liberdade com o técnico”.
Por essas e outras razões que Cláudio já
criticava meias que participavam de jogadas apenas quando a bola chegava aos
pés, como se projetasse que o treinador Tite, do Corinthians, fosse assimilar
os seus conceitos de futebol participativo. “Algumas vezes os meias se desligam
do jogo, como se não tivessem a menor responsabilidade”.
Apesar da identificação com o Corinthians,
Cláudio entrou para a história por ter atuado nos quatro grandes clubes do
futebol paulista. O início da carreira foi no Santos, sua cidade natal, em
1940. Dois anos depois transferiu-se por empréstimo para o Palmeiras e marcou o
primeiro gol do clube na era pós Palestra Itália, na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo. Del
Nero e Echevarrieta completaram o placar no jogo do título paulista. Waldemar
de Brito marcou para o tricolor paulistano.
Cláudio jogou no Corinthians até 1957. Depois,
ainda no clube, foi técnico interino com a saída de Oswaldo Brandão. De 1958 a 1960 atuou no São
Paulo, onde encerrou a carreira de atleta. Na biografia constam 12 jogos pela
Seleção Brasileira.
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