Formiga era do Palmeiras no jogo de 7 a 6
O coração do então jogador-treinador Chico
Formiga, que parou de bater no dia 22 de maio, havia sido forte demais para
suportar tantas emoções. Quando o Santos quebrou o jejum de títulos de 20 anos
em 1955, lá estava ele como volante da equipe. No mais emocionante jogo de
todos os tempos do futebol brasileiro, no 7 a 6 dos santistas sobre os palmeirenses em
1958, ele defendeu o Verdão.
Chico Formiga participou do período áureo do
Santos de Pelé, com títulos da Libertadores e Mundial de Clubes em 1962. Depois,
como treinador, fez história no próprio Santos ao conquistar o primeiro título
após a ‘Era Pelé’. Não só ganhou o Campeonato Paulista de 1978 como foi o
responsável pela formação de uma garotada batizada de ‘Meninos da Vila’, como
os atacantes Juari, Nilton Batata e João Paulo, e o meia Pita. Eles se juntaram
aos experientes meio-campistas Ailton Lira e Clodoaldo.
O sucesso como treinador se estendeu no São
Paulo em 1981, quando conquistou o título paulista comandando um timaço: Waldir
Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Marinho Chagas; Almir, Heriberto e
Renato Morungaba; Paulo César Capeta, Serginho Chulapa e Mário Sérgio.
A recompensa do trabalho foi um contrato em ‘petrodólares’
na Arábia Saudita, mas em 1983 já estava novamente no Santos. No entanto voltou
a ficar em evidência em 1987, quando pegou o Corinthians em crise e o reergueu,
levando-o à disputa do título com o São Paulo. Depois, em 1993, foi campeão
regional pelo América Mineiro, sucumbindo na sequência em clubes como Palestra
de São Bernardo e Catanduvense.
Como jogador, o mineiro de Araxá Francisco
Ferreira Aguiar chegou ao Santos em 1950, e reafirmou a fama de zagueiro clássico.
No título de 1955 jogou num time cuja média de gols foi de 3,42 por partida,
formado por Manga; Hélvio e Sarno; Zito, Formiga e Urubatão; Alfredinho, Álvaro,
Del Vecchio, Vasconcelos e Pepe.
Depois do bi em 1956, ele se transferiu ao
Palmeiras numa troca envolvendo o meia Jair da Rosa Pinto e o goleiro Laércio
Milani. E quis o destino que vestisse a camisa palmeirense naquela derrota de 7 a 6 para o Santos, no dia 6
de março de 1958, com 43.068 pagantes no Estádio do Pacaembu.
O Palmeiras saiu na frente através de Urias, e
o Santos virou com Pelé e Pagão. Nardo empatou, mas o Peixe abriu vantagem de 5 a 2 no 1º tempo, gols de
Dorval, Pepe e Pagão.
Até 34 minutos do segundo tempo o Palmeiras havia
virado o placar para 6 a
5, com dois gols de Mazola, Paulinho e Urias. Todavia era noite do Santos com mais
dois gols de Pepe, aos 38 e 41 minutos.
Eis o Palmeiras: Edgar (Vitor); Edson e Dema;
Waldemar Carabina, Waldemar Fiúme e Formiga (Maurinho); Paulinho, Nardo
(Carabalo), Mazola, Ivan e Urias. Eis o Santos: Manga; Hélvio e Dalmo; Ramiro,
Urubatão e Zito; Dorval, Jair, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. Em 1959 Formiga
voltou ao Santos e encerrou a carreira em 1963.
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