segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Pelé, rei no campo; polêmica fora dele


 Por algum período o rei Pelé pode até ficar no ostracismo, menos no mês de outubro. É que a cada dia 23 do mês a sua caixa de e-mail e a caixa postal do celular são entupidas com mensagens felicitando-o pelo aniversário, afora aqueles mais próximos que conseguem abraçá-lo.

 Afinal, ele chega aos 71 anos de idade ‘vendendo’ saúde, e por brincadeira cartolas do Santos até cogitaram a inclusão dele na decisão do Mundial de Clubes em dezembro.

 Agora, o foco do Pelé aniversariante não é a reafirmação de que tão já não será destronado. A maioria também não desconhece que marcou 1.281 gols em 1.363, exatamente porque dominava todos os fundamentos exigidos para um jogador de futebol. Também foi sobejamente divulgado que foi um dos raros atletas a integrar a Seleção Brasileira aos 16 anos de idade. Então, que tal se dissertar um pouco sobre o Pelé trapalhão fora de campo?

 A lei 9.615-98, que ele elaborou enquanto ministro de Esportes, e que leva o seu nome - Lei Pelé -, sancionada pelo ex-presidente FHC em março de 1998, foi uma bandeira contra aquilo que ele chamava de ‘escravidão dos atletas’, a extinção da lei do passe.

 Não se questiona a melhor das intenções de Pelé quando assinou a carta de alforria para o atleta. Faltou percepção que estava contemplando segmento minoritário da categoria. Não projetou o desserviço prestado aos demais atletas, de pequenos clubes, afetados diretamente na proporção que essas agremiações se enfraqueceram quando deixaram de ser formadoras de nova geração de atletas. O investimento nas categorias de base passou a ser incompatível com o retorno. Sintetizando: foi relegado.

 É que o garoto rapidamente se apodera do passe e faz dele aquilo que bem entender, preferencialmente alianças com empresários do meio que administram a carreira e cuidam juridicamente do direito federativo. A troca é a obtenção de bons lucros neste balcão de negócios.

 Por fim o Pelé namorador, de relacionamentos extraconjugais que resultaram em duas filhas reconhecidas de forma diferente. Se no campo não encontrou barreiras que impedissem seus dribles, fora dele duelou e perdeu para a Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto, ‘a filha que não quis’, que se tornou título de livro.

 Sandra travou batalha judicial de seis anos para que fosse legitimada como filha. Obstinada, de balconista foi eleita duas vezes vereadora de Santos. Ela morreu aos 42 anos de idade vítima de câncer.

O reconhecimento da paternidade da fisioterapeuta Cristina Kurtz de Carvalho, gaúcha de Porto Alegre, foi amistoso.

Afora isso, foi muito propagado o romance dele com a então modelo Xuxa, que abriu portas para que ela ingressasse no meio artístico.

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