Pelé, rei no campo; polêmica fora dele
Afinal, ele chega aos 71 anos de idade
‘vendendo’ saúde, e por brincadeira cartolas do Santos até cogitaram a inclusão
dele na decisão do Mundial de Clubes em dezembro.
Agora, o foco do Pelé aniversariante não é a
reafirmação de que tão já não será destronado. A maioria também não desconhece
que marcou 1.281 gols em 1.363, exatamente porque dominava todos os fundamentos
exigidos para um jogador de futebol. Também foi sobejamente divulgado que foi
um dos raros atletas a integrar a Seleção Brasileira aos 16 anos de idade.
Então, que tal se dissertar um pouco sobre o Pelé trapalhão fora de campo?
A lei 9.615-98, que ele elaborou enquanto
ministro de Esportes, e que leva o seu nome - Lei Pelé -, sancionada pelo
ex-presidente FHC em março de 1998, foi uma bandeira contra aquilo que ele
chamava de ‘escravidão dos atletas’, a extinção da lei do passe.
Não se questiona a melhor das intenções de
Pelé quando assinou a carta de alforria para o atleta. Faltou percepção que
estava contemplando segmento minoritário da categoria. Não projetou o
desserviço prestado aos demais atletas, de pequenos clubes, afetados
diretamente na proporção que essas agremiações se enfraqueceram quando deixaram
de ser formadoras de nova geração de atletas. O investimento nas categorias de
base passou a ser incompatível com o retorno. Sintetizando: foi relegado.
É que o garoto rapidamente se apodera do passe
e faz dele aquilo que bem entender, preferencialmente alianças com empresários
do meio que administram a carreira e cuidam juridicamente do direito
federativo. A troca é a obtenção de bons lucros neste balcão de negócios.
Por fim o Pelé namorador, de relacionamentos
extraconjugais que resultaram em duas filhas reconhecidas de forma diferente.
Se no campo não encontrou barreiras que impedissem seus dribles, fora dele
duelou e perdeu para a Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto, ‘a
filha que não quis’, que se tornou título de livro.
Sandra travou batalha judicial de seis anos
para que fosse legitimada como filha. Obstinada, de balconista foi eleita duas
vezes vereadora de Santos. Ela morreu aos 42 anos de idade vítima de câncer.
O reconhecimento da
paternidade da fisioterapeuta Cristina Kurtz de Carvalho, gaúcha de Porto
Alegre, foi amistoso.
Afora isso, foi muito
propagado o romance dele com a então modelo Xuxa, que abriu portas para que ela
ingressasse no meio artístico.
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