segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Lico, merecida aposentadoria em Imbituba

  

 Imbituba, sul do Estado de Santa Catarina, continua uma cidade paradisíaca com belas praias, pequenas ilhas, paisagem, lagos, gastronomia predominante de frutos do mar e uma população de cerca de 40 mil habitantes. O que se querer mais de qualidade de vida de um lugar como esse?

 Pois Antonio Nunes, o Lico campeão do Mundial de Clubes pelo Flamengo de 1981, é filho da cidade. De lá saiu na adolescência porque precisava de centros maiores para desenvolver o seu futebol de habilidade.

 Durante a década de 70 ele perambulou por clubes da região Sul do país como Grêmio, Avaí, Figueirense e Joinville, até que em 1980 aportasse no Flamengo para desempenhar as funções de quarto homem do meio-de-campo, que também ajudava na marcação.

 Embora franzino com os redondos 50 quilos, Lico não tinha medo de cara feia de adversários violentos. Partia com bola dominada e aplicava dribles secos e desconcertantes. Usava bem o lado esquerdo do campo para cruzamentos até de trivela, que visavam principalmente o centroavante Nunes.

 “Na minha época, a habilidade contava muito. Hoje a força prevalece no futebol”, constata esse catarinense que julga ter atuado no melhor time do futebol mundial de todos os tempos. “Acho que nem o Santos de Pelé foi melhor do que aquele Flamengo”.

 Exagero ou não, aquela equipe comandada por Paulo César Carpeggiani sagrou-se campeã da Libertadores no dia 23 de novembro e, embalada, 20 dias depois sapecou 3 a 0 no Liverpool da Inglaterra pelo Mundial de Clubes, no Japão, num time formado por Raul Plasmann; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio, Zico e Lico; Tita e Nunes.

 A rigor, se Lico tem alguma coisa a lamentar no período de jogador, elencaria ter ficado de fora do terceiro e decisivo jogo da Libertadores contra o Cobreloa, no Uruguai, na vitória por 2 a 0; lembraria da terceira grave contusão no joelho que travou a sua carreira em 1984; e da falta de orientação e experiência sobre finanças para assinar melhores contratos. “Jogava porque gostava. Nem ligava muito para contratos”.

 Lico só ficou de fora da final da Libertadores porque o maldoso zagueiro Mario Soto quase o cegou durante o segundo confronto da final no Chile, na vitória do Cobreloa por 1 a 0. Vítima de violenta cotovelada, seu olho ficou complemente tapado.

 E quando prematuramente teve que encerrar a carreira de atleta, contou com a indispensável ajuda da fiel companheira Simone, com quem está casado há mais de 31 anos, para desenvolver atividades paralelas no futebol. Foi diretor técnico, supervisor e treinador, quando tentou copiar o esquema ofensivo de seu Flamengo em equipes de qualidade inferior. “Meu time joga no ataque para vencer, independente de ser em casa ou fora”. De positivo na função foi a valorização de treinos técnicos para extrair o máximo da condição do atleta.


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