Enfim, uma Lusa como antes
Nosso infalível arquivo de memória registra
coluna produzida no dia 12 de novembro de 2007, quando foi citado que a rotina
de jogos às terças e sextas-feiras estava com os dias contados para a
Portuguesa. A publicação explicitava que após penosos cinco anos o time voltava
ao grupo de elite do Campeonato Brasileiro, e que ainda naquela temporada já
havia recuperado vaga perdida no Paulistão de 2006. Só que a Lusa voltou a ser
rebaixada à Série B em 2008, e só agora reassume o seu lugar entre os
principais clubes do futebol brasileiro.
Portanto, um ano de glória para a colônia
lusitana, desfazendo suspeitas das previsões que o clube seguisse o descompasso
do Bangu (RJ), que já foi temido por grandes clubes quando contou com jogadores
do nível de Ademir da Guia, Paulo Borges, Jaime, Zózimo e Aladim.
Em 2006, a Lusa corria sério risco de rebaixamento
à Série C do Brasileiro, e a contratação do técnico Wagner Benazzi foi
preponderante para que escapasse da degola.
Nas décadas de 40 e 50 passou pela Lusa o
lendário Pinga, um meia-esquerda rápido, driblador e com excelente visão de
gols, tanto que entrou para a história do clube como o principal goleador, com
190 gols. Ele jogou ao lado de Júlio Botelho, o ponteiro-direito Julinho, já
falecido.
Na década de 60 a Portuguesa contou com os
pontas-de-lança Leivinha e Servílio (falecido), ambos eméritos cabeceadores; o
habilidosíssimo Ivair, apelidado de "o príncipe"; meia-esquerda Nair,
baixinho Ratinho (falecido) que vestia a camisa 7; lateral-direito Jair Marinho
e os zagueiros Ditão (falecido) e Marinho Perez, entre outros.
A década de 70 foi marcante para a Portuguesa
que tinha incrível facilidade para reposição de ‘peças’. Havia perdido Nair
para o Corinthians ainda nos anos 60, mas Basílio foi um substituto à altura. O
volante Lorico preferiu trocar a Capital pelo interior paulista, mas Badeco
estava preparado para ocupar a posição.
Lembram-se do ataque da Lusa em meados da
década de 70? Era formado por Xaxá, Enéas, Cabinho e Wilsinho. Xaxá foi um baixinho
rápido e está radicado nos Estados Unidos. O centroavante goleador Cabinho veio
do América de Rio Preto (SP), enquanto Wilsinho era um ponteiro-esquerdo
funcional, num ataque que tinha em Enéas (falecido) o principal jogador.
Enéas Camargo cravou seu nome como segundo
maior artilheiro na história do clube com 179 gols. Ele morreu em 1988, aos 34
anos de idade, vítima de acidente de automóvel em São Paulo.
O último grande ídolo da Portuguesa foi Dêner,
também ponta-de-lança, que coincidentemente perdeu a vida em acidente de
automóvel, no Rio de Janeiro, em 1994, quando defendia o Vasco, por empréstimo.
O último momento marcante da Portuguesa foi em
1996, com o vice-campeonato brasileiro. Depois, restou só paciência ao torcedor
luso.