segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Jair da Costa, ídolo na Itália

Quando a Inter de Milão colocou na camisa a terceira estrela de campeã mundial de clubes, após goleada por 3 a 0 sobre o Mezembe da República do Congo, da África, dia 18 de dezembro de 2010, seu ex-jogador e brasileiro Jair da Costa Santos respirou aliviado. É que se livrou de assistir a dancinha atrevida do fanfarrão africano Kidiaba, goleiro de 34 anos de idade, que no último Mundial de Clubes comemorou gols de seu time com coreografia inusitada. Ele sentava no gramado e dava pulinhos, provocando o peso do corpo na bunda e nos pés. Logo, sarristas de plantão se apressaram em batizar esse estilo de ‘bundachão’.

Depois que a zebra daquela partida no deserto do Catar foi espantada, Jair da Costa saboreou com gosto a cervejinha diária na lanchonete de seu complexo esportivo em Osasco (SP), estruturado com campos de futebol saçaite de grama sintética, pintada nas cores azul e preta da Inter. Jair ainda mantém relacionamento estreito com o clube italiano onde passou por nove anos entre as décadas de 60 e 70, contratado em 1962 por US$ 190 mil. Foi lá que cravou seu nome internacionalmente ao marcar o gol da conquista do bicampeonato mundial de clubes em 1965 contra o Real Madrid de Puskas, Di Stefano e Gento. Somam-se ainda mais quatro títulos conquistados pela Liga Italiana e dois na Liga Européia. Na Inter também jogou ao lado do clássico meio-campista Dino Sani e o atacante Amarildo, ambos brasileiros. Em sua estada na Itália registra-se também passagem pela Roma em 1968.

Quando retornou ao Brasil em 1973, Jair da Costa havia completado 33 anos de idade e já não era aquele ponteiro-direito veloz. Por isso várias vezes foi adaptado pelo treinador Pepe na meia-direita, ocasião em que compensava a perda da arrancada pela costumeira habilidade com a camisa do Santos. Curioso é que naquela final paulista contra a Portuguesa, que se arrastou até as cobranças de pênaltis, o árbitro Armando Marques errou na contagem e a opção foi dividir o título entre ambos. O Santos jogou com Cejas; Hermes, Carlos Alberto Torres, Turcão e Vicente Gaúcho; Zé Carlos, Clodoaldo e Jair da Costa (Brecha); Euzébio, Pelé e Edu Jonas.

O desejo de Jair da Costa era encerrar a carreira na Portuguesa, clube que o revelou para o futebol em 1960, como substituto de Júlio Botelho. No entanto a melhor proposta foi do Estrela de Windson, do Canadá, obrigando-o a mudar sua rota após um ano no Santos. E a carreira foi encerrada no exterior em 1974.

Depois restaram lembranças da comemoração do bicampeonato da Seleção Brasileira no Chile, na Copa do Mundo de 1962, como reserva de Garrincha; e o fato de ter sido um dos precursores do showbol no Brasil, coadjuvado pelo empresário de futebol Dalécio Pastor.

Jair aplicou parte do capital em açougue, loja de material esportivo e em quadras soçaites para locação.

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