segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Picolé, um e-mail diferente

Semanalmente a coluna recebe dezenas de e-mails de toda natureza, um deles do ex-atacante Picolé, revelado pelo Noroeste de Bauru (SP), com passagem pelo Palmeiras de 1976 a 1979. A sequência do currículo ele mesmo conta na mensagem. O apelido de Picolé foi eternizado, mas na assinatura de documentos se identifica como o empresário de futebol José Manoel Ricardo, 54 anos de idade, radicado em Curitiba (PR). Ele fez comentários sobre o texto referente ao sexto ano da morte do lateral-direito Mauro Cabeção, transcrito textualmente abaixo.
“Ariovaldo, queria parabenizá-lo pela lembrança do meu grande amigo Mauro Cabeção. Estivemos juntos na seleção olímpica de 1976. Os laterais eram ele (Mauro) e Rosemiro. É muito bom quando alguém lembra dos ex-jogadores. Em um país sem memória, quando alguém faz esse tipo de reportagem, é de ser louvado. Grande trabalho. Só assim poderemos resgatar o passado de um clube. Veja que quando o clube não reverencia seu passado não tem presente. E se tem é deplorável.
Parabéns uma vez mais. Fiquei feliz, mesmo sendo uma homenagem póstuma. É muito legal ver histórias dos grandes ídolos. Infelizmente vivemos, como já dizia Teseu na mitologia grega, ‘rei morto, rei posto’, principalmente no futebol, onde aquele bonequinho com números nas costas é reverenciado, amado e querido enquanto joga. Passa de bestial a bestial (ditado espanhol) em apenas 90 minutos. Depois que pára começa o esquecimento, dependendo de pessoas humanas, como você, para resgatar o que de bom passou pelo nosso esporte bretão.
O que nos faz refletir é que com 32 anos de idade o atleta de futebol é velho. Com 35 é jurássico rsss. É a única profissão que aos 35, 36 anos se torna ‘ex’. Por isso se entende quando alguns não pensam no futuro. É tão rápido que, quando dão por si , já são ‘ex’.
Obrigado pela atenção. Sou José Manoel Ricardo (Picolé). Comecei no Noroeste de Bauru, depois Palmeiras, Grêmio Maringá, Puebla do México,Taubaté, Atlético Paranaense. Como ‘ex’, rssss , técnico no Sul . Fique com Deus, e obrigado pelo carinho com os ‘ex’”.
No comentário, Picolé interpreta o pensamento da maioria dos ex-boleiros, como se a grandiosidade de uma história fosse apagada. Infelizmente isso é fruto da cultura brasileira. Por isso, neste modesto espaço, busca-se resgate de valores, sem se restringir a biografias. As histórias são apimentadas com descrição de fatos curiosos, hilariantes e trágicos.
Por que o apelido Picolé? Tudo porque o então Zezinho, já uniformizado com a camisa do infantil do Pirajuí - sua cidade natal - comprou um sorvete de cana e começou saboreá-lo com a bola em jogo.
- Passa bola Picolé – gritou um companheiro.
- Picolé é a mãe – retrucou o atacante. E porque esbravejou, de pirraça o time inteiro passou a chamá-lo de Picolé. Assim, braveza seria perda de tempo. Já não dava para remar contra a maré.

2 comentários:

roberto luiz dos santos vieira disse...

Ari,
Parabéns pelo blog. Belo trabalho, muito criativo e interessante. Nós que gostamos de futebol lhe agradecemos.
Quero aproveitar para mandar um forte abraço ao Picolé. Aqui em Santa Catarina ele faz parte da história do nosso futebol. Entre outros clubes, Picolé dirigiu o meu querido Figueirense.
Saudações.
Roberto Luiz dos Santos Vieira
Biguaçu-SC

Anônimo disse...

Olá, gostaria de agradecer mesmo sendo atrasado de coração as homenagens feitas pela memoria de meu pai( mauro cabeção), é bom saber que ele nunca será esquecido, obrigada de coração, e sabemos a falta q ele faz.....obrigada pelo carinho!!!!!!
Graciele P. Campos
Nova Odessa-SP