segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Atleta vovô: coisa antiga

A mídia alardeia que os atletas vovôs têm ganhado cada vez mais espaço no futebol brasileiro. O foco principal é o meia sérvio Petskovic, de 37 anos de idade, que deu show de bola no último Campeonato Brasileiro. Outros exemplos de longevidade de boleiros estão aí. Os atacantes Viola e Túlio Maravilha, respectivamente com 41 e 40 anos de idade, prometem continuar estufando as redes de equipes adversárias nesta temporada. Sávio foi repatriado pelo Flamengo. Dodô vai jogar no Vasco após suspensão por ter sido flagrado em exame antidoping. Ambos estão com 35 anos de idade e são goleadores.
Além deles, outros “velhinhos” ainda tratam a bola com carinho. Giovanni, que em fevereiro completa 38 anos de idade, voltou a jogar no Santos. Edilson ‘Capetinha’, 39 anos, retorna à profissão após dois anos parados. Seu novo clube é o Bahia, estado privilegiado por contar com Ramon Menezes, 37 anos, meia do Vitória.
Motivos que os estimulam a sequência na carreira não faltam. Boleiros famosos ainda assinam contratos salariais compensadores, diferentemente se migrarem para outras atividades. Avanços na ortopedia e fisioterapia provocam milagres em joelhos “bichados” e garantem sobrevida ao atleta. A consciência profissional implica em vida regrada e aceitável condicionamento físico para acompanhamento do grupo.
Apesar disso, longevidade no futebol não é fato novo. Em 1963, na Ponte Preta, aos 42 anos, o meia Jair da Rosa Pinto, o Jajá, ainda lançava com precisão e chutava forte. Em 1969 o Atlético (PR) apostou em medalhões e se deu bem. Lá o lendário lateral-direito Djalma Santos jogou até meados da década de 70, aos 42 anos. O zagueiro Belini, capitão do título mundial brasileiro na Suécia em 1958, encerrou a carreira aos 39 anos.
Nos anos 70, Edu Jonas brilhou no Santos e Edu Bala no Palmeiras. A fase decadente de Jonas começou em 1977 no Corinthians, todavia se arrastou por mais oito anos ao encerrar a carreira no Dom Bosco de Cuiabá (MT). Edu Bala foi mais longe. Contabilizando passagens por pequenas equipes do futebol paulista - Nacional, Saltense e Sãocarlense - jogou até os 40 anos.
O exemplo cristalino de veterano encerrar a carreira no auge foi o do polivalente Júnior, do Flamengo. Em 1992 marcou gols e comandou seu time nas duas partidas da final do Campeonato Brasileiro contra o Botafogo (RJ). A recompensa foi a comemoração do título em alto estilo. Depois, no ano seguinte, aos 39 anos, pendurou as chuteiras. Igualmente o atacante Serginho Chulapa parou de jogar com a mesma idade, no São Caetano, clube onde também passou o zagueiro Luiz Pereira, que encerrou a carreira no São Bento, aos 43 anos.
Como Luiz Pereira, Toninho Cerezo jogou até os 43 anos, no Atlético (MG). O renascimento deu-se nos dois títulos mundiais de clubes conquistados pelo São Paulo – 1992/93. No bi, na vitória por 3 a 2 sobre o Milan, foi eleito o melhor jogador.

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