domingo, 25 de maio de 2025

No passado, atletas fumavam até em intervalos de jogos

 Se 31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, criado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), indiscutivelmente são raros os jogadores de futebol desobedientes que ainda tragam o maldito cigarro, até porque a exigência física hoje é infinitamente maior comparada a décadas do século passado, quando o abuso era desmedido pelos profissionais.

Um dos últimos exemplos de atleta flagrado fumando foi o meia Douglas, de passagens por Corinthians e Grêmio, com encerramento de carreira no Brasiliense em 2020. Outros viciados foram o goleiro Marcos, meias Neto, Zenon, Sócrates e o atacante Casagrande, já aposentados. Todavia, nada se compara ao ex-meia Gerson Nunes de Oliveira, tricampeão mundial no México pelo Brasil, um fumante inveterado que gravou comercial da marca de cigarro Vila Rica, com slogan que induzia o fumante a levar vantagem em tudo, jamais prevendo que o slogan se transformaria na ‘Lei do Gerson’, atribuída aos espertões.

Naquele período, tais propagandas eram estreladas por galãs de cinema e passavam a impressão de glamour, desconsiderando que só no Brasil morrem 200 mil pessoas a cada ano por causa do cigarro, uma substância maléfica que cai na corrente sanguínea e facilita acúmulo de gordura, que impede a circulação correta do sangue no organismo. Consequência: gangrenas, que resultam em amputação de membros e falta de oxigenação nos órgão.

No passado, boleiros já falecidos fumavam até pouco antes de entrar em campo. O atacante Servilho - um dos melhores cabeceadores do Palmeiras - assistia parte de jogos preliminares com cigarro entre os dedos na década de 60. O ex-meia Américo Murolo, também palmeirense, fumava até em intervalos de partidas, no banheiro. Sócrates, num jogo do Corinthians em Americana (SP), contra o Rio Branco, apanhou um cigarro do bolso de um amigo, e só após três tragadas o atirou num canto do fosso que dá acesso aos vestiários do Estádio Décio Vitta.

Tempos igualmente dos 'serrotes' como o saudoso ex-meia são-paulino Benê, capaz de consumir um maço de cigarro de colegas. Seu companheiro de clube Deleu, lateral-direito avesso ao fumo, bronqueava quando alguém acendia cigarro perto dele.

Fumaceira, igualmente, nos bancos de reservas, provocadas por treinadores como Oswaldo Brandão, Ênio Andrade e Ébua de Pádua Lima (Tim) - todos falecidos - que davam mau exemplo.



segunda-feira, 19 de maio de 2025

Abel Braga, 57 anos de histórias no futebol

Os 57 anos ligados ao futebol como atleta, treinador e diretor-técnico habilitam o carioca Abel Braga a opinar sobre a chegada de um estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira, caso do italiano Carlo Alcelotti, e a posição dele foi contrária a contratação, embora reconheça os méritos do profissional pelos títulos conquistados.

Abelão - apelido dos tempos em que ainda era reserva no Fluminense, a partir de 1968 -, foi o típico marcador que evitava espaços a atacantes adversários, e sem se firmar inicialmente como titular concordou com o empréstimo ao Figueirense (SC), para posterior retorno ao Rio de Janeiro, ganhar identificação no Vasco e notoriedade ao ser convocado à Seleção Brasileira à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

Na temporada seguinte esteve no Paris Saint-Germain, da França, e teve carreira estendida no Cruzeiro e Botafogo, antes de encerrá-la em 1985 no Goytacaz, com migração, incontinenti, à função de treinador, ao intercalar passagens pelo futebol português e trajetória consolidada em clubes como Santa Cruz, Botafogo (RJ), Ponte Preta, Atlhetico Paranaense, Coritiba e Paraná Clube, quando regressou ao futebol francês, desta feita no Olympique de Marseille.

No vaivém por clubes brasileiros, como Atlético Mineiro e Flamengo, acumulou quatro passagens pelo Fluminense, mas nada se compara à melhor fase da carreira no Inter (RS), quando inesperadamente levou o clube à conquista do Mundial de Clubes em 2006, na lendária vitória sobre o Barcelona por 1 a 0, com gol de Adriano Gabiru. A rigor, ao longo da trajetória como treinador, ele passou sete vezes pelo clube gaúcho.

Registro para outras experiências internacionais no Al-Jazira, dos Emirados Árabes, e Lugano da Suíça. Em 2022, ele anunciou que não mais seria treinador, e passou a desempenhar as funções de diretor-técnico do Vasco, onde ficou até dezembro de 2023. Contudo, no final do ano passado, colocou-se à disposição do mercado para o retorno, na certeza do mesmo comportamento de quem não mede palavras, por vezes causando embaraços aos dirigentes, jogadores e árbitros, com insultos que resultaram em suspensões de 30 e 90 dias.

Uma tragédia abalou a sua família em julho de 2017, quando o seu filho caçula João Pedro teve uma convulsão, caiu da janela do apartamento em que residiam no Leblon, no Rio de Janeiro, e morreu.

domingo, 11 de maio de 2025

Hernanes, o ex-volante do São Paulo que ainda joga bola na Itália

 

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O volante Hernanes, que fez sucesso no São Paulo, se recusa sair de 'cena' no futebol, às vésperas de completar 40 anos de idade. Ele havia anunciado a retirada dos gramados em 2022, quando estava no Sport Recife, mas em outubro do ano seguinte aceitou convite para jogar no Sale, clube da sétima divisão da Itália. Aí, em abril desta temporada integrou o elenco do Punchers FC, clube que disputa a Kings League na Itália, organizadora de competião que reúne ex-atletas.

Hernanes foi apelidado de 'Profeta' pelo jornalista Tiago Leifert, com justificativa que muitas reflexões durante as entrevistas, remetidas à profecia. A princípio ele não gostou da brincadeira, mas na sequência cedeu e, para quem não se lembra, foi atleta com capacidade para desarme, mostrava-habilidade para condução da bola e precisão nos chutes, com quaisquer das pernas.

A história do recifense Anderson Hernanes de Carvalho Viana Lima, com aniversário no próximo dia 29 de maio, mostra três passagens pelo São Paulo. Na chegada em 2006, inicialmente foi emprestado ao Santo André, porém a identificação com a torcida ocorreu na temporada seguinte, quando ganhou espaço no time com as saídas de Mineiro e Josué. Em 2008, após conquistar o Campeonato Brasileiro, foi eleito o melhor jogador da competição.

Aquela primeira passagem dele pelo clube se estendeu até 2010, com transferência ao Lazio da Italia, ocasião que passou por clubes italianos como Internazionale e Juventus, até a chegada no Heber F.C. da Bulgária, que o liberou por empréstimo ao São Paulo em 2017 e posteriormente em definitivo no ano de 2019.

Em 2008, ele foi convocado à Seleção Brasileira olímpica e posteriormente a principal, sem que tivesse mais chances com o treinador Dunga. A volta se deu sob o comando de Mano Menezes e prosseguiu na era do treinador Luiz Felipe Scolari, o Felipão, tendo participado da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Hoje é dono de uma vinícola sediada em Montaldo Scarampi, uma pequena comuna italiana de mil habitantes, da região do Piemonte, e que produz 15 mil garrafas por ano. "Eu não sabia nada de vinho, nem de bebida alcoólica. Só tomava suco de frutas (risos). Só que eu ia aos restaurantes na Itália e nunca tinha suco. Aí, um dia provei o vinho e gostei. Fiquei fascinado pela história da bebida, e foi crescendo o interesse”.


domingo, 4 de maio de 2025

Carbajal, primeiro atleta de cinco Copas do Mundo

Este nove de maio marca o segundo ano da morte do ex-goleiro mexicano Antonio Feliz Carbajal Rodrigues, aos 93 anos de idade, identificado como Carbajal, marcado no futebol por ter sido o primeiro atleta a participar de cinco Copas do Mundo consecutivamente, de 1950 a 1966, pelo selecionado de seu país, resultando em justa homenagem da FIFA.

Depois dele, outros dois jogadores europeus também atingiram aquele limite de participações na competição mundial. O polêmico alemão Lothar Matthaeus, enquanto atleta, defendeu o seu selecionado de 1982 a 1998 ininterruptamente, e posteriormente migrou para a função de treinador. Já o goleiro italiano Gianluigi Buffon, presente em cinco Copas desde 1998, ficou na reserva na primeira participação, quando o evento foi sediado pela França.

Carbajal, que esbanjava categoria com 1,86m de altura, já mostrava agilidade na passagem pela seleção olímpica do México em 1948, virtude que lhe garantiu titularidade na equipe principal na Copa do Mundo de 1950, disputada no Brasil. A despedida do goleiro naquele selecionado deu-se no dia 19 de junho de 1996, no empate sem gols contra o Uruguai, no Estádio de Wembley, diante de 61 mil torcedores.

Naquela competição, o México perdeu para a Inglaterra por 2 a 0, com time base formado por Carbajal; Pena, Chaires, Nunes e Dias; Hernandes e Mercado; Cuneros, Borja, Rajes e Padilha. Nos outros dois jogos das oitavas-de-final, o time empatou: 1 a 1 com a França e 0 a 0 com o Uruguai dos ídolos Mazurkiewicz, Pedro Rocha, Ubinas e Vieras.

Coincidência ou não, no período de Carbajal o México sempre garantia vaga nas eliminatórias para as Copas, contrastando com instabilidade posterior. Em 1970 e 1986. a participação foi garantida por ter sido país sede da competição, mas em 1974 perdeu vaga em disputa contra país de pouca expressão no futebol, caso do Haiti. Em 1982, quando a Fifa aumentou o número de participantes de 16 para 24, o México ficou de fora e viu Honduras e El Salvador incluídos.

Carbajal ainda esteve ligado ao futebol como preparador de goleiros e treinador de equipes enquanto gozava de plena saúde, para o exercício das respectivas funções. De postura crítica, lamentou a pobreza técnica do selecionado mexicano, diferentemente do período em que jogava, quando endurecia partidas contra respeitados adversários.