domingo, 3 de setembro de 2023

Juninho Paulista participou de dois jogos na mesma noite


Devido à truculência do futebol de hoje, um garoto franzino de 1,65m de altura, que ousa se apresentar voluntariamente para se submeter aos treinos peneiras nas categorias de base de clubes, de certo já encontra
resistência de gestores, que arrumam alguma desculpa esfarrapada para que sequer seja avaliado, pois subjetivamente projetam que não vai vingar e pronto.

O ex-meia-atacante Juninho Paulista, com esse perfil, fez parte de uma geração que entrou na bola há mais de 30 anos, quando o talento do atleta era prioridade. E como demonstrava isso no futebol de salão no Juventus da capital paulista, a combinação de habilidade e velocidade ganhou mais proporção nos gramados, e por isso o Ituano o acolheu na categoria juvenil nos anos 90.

O processo de profissionalização foi rápido e assim, ora finalizava as jogadas criadas, ora fazia assistências a companheiros. Logo, o saudoso treinador Telê Santana, que comandava o São Paulo, mandou que fossem buscá-lo para inicialmente integrar o chamado expressinho, comandado pelo técnico Muricy Ramalho e criado para, juntamente com o elenco principal, cumprir extensa agenda de jogos.

Juninho participou do título da Supercopa Libertadores de 1993 e no ano seguinte, na noite de 16 de novembro, vivenciou algo inusitado em seu clube: cumprir agenda de dois jogos no Estádio Morumbi: às 20h contra o Sporting Cristal (PER), pela Copa Conmebol, quando atuou 32 minutos pelo expressinho e marcou um gol; como na partida subsequente, diante do Grêmio pelo Brasileirão, estando em campo por 20 minutos. Assim, entrou para a história como único jogador requisitado em rodada dupla de jogos oficiais no Brasil.

Em 1995, ao integrar a Seleção Brasileira, trocou o São Paulo pelo Middlesbrough (ING). Depois passou pelo Atlético de Madrid (ESP), Celtic (ESC), Sydney (AUS), Vasco, Flamengo, Palmeiras, até o encerramento da carreira no Ituano em 2010, onde assumiu a gestão administrativa do clube, que comemorou o título do Paulistão de 2014.

Natural de São Paulo, nascido em 1973 e registrado como Oswaldo Giroldo Júnior, se desligou do Ituano em 2019 para ingressar na função de coordenador de futebol da CBF, entidade que participou como atleta, na Seleção, de 1995 a 2003, totalizando 50 jogos, cinco gols e do penta mundial em 2002, quando só perdeu a vaga de titular para Kléberson nas quartas-de-final.


Nenhum comentário: