domingo, 13 de agosto de 2023

Marcial trocou a função de goleiro pela medicina

O dois de agosto passado marcou o quinto ano da morte do goleiro Marcial que, além de passagens por grandes clubes, também atuou pela Seleção Brasileira. Ele foi vítima de infarto, aos 77 anos de idade, e é lembrado por aspectos curiosos na curta carreira, talvez o principal deles a decisão de abandoná-la aos 26 anos, para completar os estudos na Faculdade de Medicina, se especializando em anestesiologista.

Foi um fato raríssimo na década de 60, época de atleta avesso à escolaridade, e ele se destacava como um dos principais da posição, tanto que em 1963, já no Flamengo, praticou defesa fantástica no empate sem gols com o Fluminense, resultado que garantiu o título estadual ao seu clube, no confronto marcado pelo maior público de todos os tempos do futebol mundial entre equipes, com 177.656 pagantes e 194.063 torcedores no Estádio do Maracanã (RJ).

Era o primeiro ano dele no clube carioca, e a citada defesa foi descrita pelo saudoso jornalista Nelson Rodrigues como passe de mágica: “Ele fez a bola marrom, chutada à queima-roupa por Escurinho, sumir”. Anos depois, em entrevista à Revista Placar, Marcial disse: "Ele [Escurinho] já comemorava o gol quando mostrei a bola à torcida".

Naquele título do Flamengo, ele discordou do valor da premiação aos atletas, postura que resultou em clima constrangedor com dirigentes, mas lá permaneceu até 1965, com 87 atuações, a maioria marcada pela elasticidade nas defesas e precisas saídas da meta.

Aí, seguiu a carreira no Corinthians até o final de 1967, com retrospecto de 83 partidas, 53 vitórias, 13 empates e 17 derrotas. Foi quando decidiu largar a bola para concluir o curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, iniciado em 1961 e interrompido ao aceitar convite para defender o Atlético Mineiro, temporada em que saboreou a conquista do título estadual.

Em 1963 fez parte do selecionado mineiro que faturou o Campeonato Brasileiro de Seleções e foi convocado pela primeira vez à Seleção Brasileira, ocasião que atuou em sete partidas pelo Torneio Sul-Americano daquela temporada. Natural de Tupaciguara, interior mineiro, nascido no dia 3 de junho de 1941, Marcial de Mello Castro foi descoberto para o futebol na equipe amadora do Sete de Setembro Futebol Clube, de Belo Horizonte, o que despertou atenção do Atlético Mineiro.

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