domingo, 20 de agosto de 2023

Há 47 anos, Geraldo morria em cirurgia de amigdalite

Em tempo que se descobre medicamento para baixar a glicemia a níveis normais de diabéticos tipo dois; quando estudos mostram progresso no tratamento da doença de Parkinson; se há avanços no rastreamento de combate a cânceres do colo uterino e de próstata, um giro no tempo, para 26 de agosto de 1976 - portanto há 47 anos -, constata-se tremendo contraste de realidade.

Naquela data morria o ponta-de-lança Geraldo do Flamengo, aos 22 anos de idade, quando se submetia a cirurgia para extrair as amígdalas. Ele foi vítima de choque anafilático, devido à reação de medicamento composto na anestesia, enquanto hoje é possível controle clínico de infecções das amígdalas através da prescrição de antibióticos eficazes e seguros.

Localizada no fundo da garganta, as amígdalas são grandes aliadas do sistema imunológico, pois criam anticorpos e combatem bactérias e vírus que entram no organismo pelo ar, ou pelos alimentos ingeridos. Por serem a primeira barreira de proteção do corpo, estão suscetíveis a infecções, como a amigdalite - inflamação nas amígdalas caracterizada por dores de garganta, dificuldade de engolir e febre.

Mineiro de Barão de Cocais (MG), Geraldo Cleofas Dias Alves foi revelado na base do Flamengo, na geração de ouro do clube comandada por Zico. Ele sequer precisava olhar para a bola para conduzi-la com sabedoria, quer no drible, quer no passe. À época, cronistas cariocas até extrapolaram com projeções do surgimento de um novo Pelé. O defeito incorrigível foi a falta de ambição para finalizar contra metas adversárias. Preferia o passe a companheiro, e isso reflete no retrospecto de apenas 13 gols nas 168 partidas, segundo o almanaque do Flamengo.

Consta do histórico dele o título carioca de 1974, em época que contabilizava-se dois pontos por vitória, e que o Flamengo teve essa formação: Renato; Júnior, Jayme, Luiz Carlos e Rodrigues Neto; Zé Mário, Geraldo e Zico; Paulinho, Édson e Julinho. O auge da carreira foi no biênio 1975/76, com chegada à Seleção Brasileira e disputa da Copa América de 1975, tido como promessa à Copa do Mundo de 1978, na Argentina, mas não deu tempo.

Irônico, tinha o hábito de assoviar quando fazia jogadas de efeito. Logo, o vício lhe rendeu o apelido de Geraldo do Assovio. A família também sofreu desconforto com a morte do irmão dele, sentado numa cadeira de dentista.

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