domingo, 7 de maio de 2023

Valdivia, um craque com a pecha de indisciplinado

Quando o craque tem a sua imagem associada à encrencas, dizem que a carreira dele vai ser encurtada. Todavia, o naturalizado chileno Jorge Luis Valdivia Toro - ídolo no Palmeiras -, também conhecido como El Mago, está aí para desmentir, pois esteve vinculado a clubes por 19 anos, a partir de 2003. Nascido em Maracay, na Venezuela, onde moravam seus pais chilenos, aos três anos de idade a família se mudou para Santiago. E quando completou 18 anos usufruiu da legislação daquele país, para optar pela nacionalidade chilena e brilhar nos juniores do Colo Colo.

Em 2002, o temperamento explosivo dele implicou em agressão a árbitro, que resultou numa suspensão de 16 partidas. Foi quando o seu clube decidiu emprestá-lo a agremiações daquele país e posteriormente ao Rayo Vallecano da Espanha e Servette da Suíça, até que em 2005 fosse reaproveitado.

Na temporada seguinte, já vinculado ao Palmeiras, que desembolsou cerca de R$ 8 milhões pelos direitos econômicos, repetiu o brilhantismo nas jogadas, acompanhado de problemas no gramado. Se durante o processo de ambientação no Brasil passou por período de oscilação, o futebol dele explodiu na temporada seguinte, tanto que ganhou o prêmio Bola de Prata da revista Placar.

Se irritava adversários quando chutava o ar - em vez da bola -, muito pior quando revidava agressões deles, que resultavam em expulsões. Pavio curto, criava atrito com treinadores quando substituído, um deles Luiz Felipe Scolari, o Felipão, quando havia retornado ao clube em 2010, após passagem de dois anos pelo Al-Ain FC da Arábia Saudita, ocasião que recebeu resposta à altura do comandante. “Olhe para mim e veja se estou preocupado. Ele faz o dele e eu faço o meu. Se não está satisfeito, tem duas portas: uma que entra e outra que sai”.

Naquela segunda passagem pelo clube passou apuros em 2012, ao ser vítima de sequestro-relâmpago em São Paulo. Ele e a esposa Daniela Aranguiz ficaram traumatizados, voltaram imediatamente ao Chile, mas foram convencidos a retornar. O desligameno do Palmeiras deu-se em 2015, quando passou a alternar passagens por clubes chilenos e mexicanos, até que em 2022, aos 39 anos de idade, no Necaxa do México, encerrou a carreira e ingressou na função de comentarista esportivo, enquanto se prepara visando a transformação em treinador.


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