domingo, 4 de setembro de 2022

Dois anos sem o artilheiro Bira Burro

O próximo dia 14 de setembro vai marcar o segundo ano da morte de Ubiratã Silva do Espirito Santo, o Bira Burro, aos 65 anos de idade, em Belém (PA), vítima de câncer. Ele marcou época como centroavante de Inter (RS) e Remo (PA) e não se incomodava com o apelido pejorativo, natural no período em que futebol e folclore se misturavam sem preconceitos.

Por que o apelido? Duas versões são contadas. Nos tempos em que emissoras de rádio presenteavam com motorádio - aparelho instalado em automóvel - o atleta que se destacava em partida, Bira teria produzido essa pérola ao ser distinguido: “A moto vou dar pro meu pai, e o rádio pra minha mãe”. Todavia, jurou à mídia gaúcha que o apelido foi decorrente da rejeição à proposta para jogar no Flamengo de Zico e Júnior, para que a escolha recaísse sobre o Inter (RS) de Falcão e Mário Sérgio. “Disse isso para uma rádio do Rio de Janeiro e os caras começaram a me chamar de Bira Burro”.

Como a preocupação dele era manter o histórico de artilheiro, jamais se opôs ao apelido pejorativo. A compleição física avantajada e estilo trombador preocupavam zagueiros. Há quem o comparasse ao também desengonçado Dario naquela final da década de 70. Ainda no Remo, em 1978, na goleada por 5 a 1 sobre o Guarani, em Belém (PA), ele foi autor de todos os gols, e paradoxalmente aquele jogo passou a marcar sequência ininterrupta de vitórias do time bugrino, que culminou com a conquista do título do Brasileirão.

Natural de Macapá (AP), Bira iniciou trajetória em equipe da cidade. Já em 1976 estava no Paysandu (PA), mas o reconhecimento nacional deu-se no rival Remo, no bicampeonato paraense de 1978, temporada que marcou oito gols em um só jogo, na vitória de 10 a 0 sobre o Liberato de Castro, ocasião em que terminou a competição na artilharia com 32 gols.

No Inter, ano seguinte, participou da equipe que conquistou o título brasileiro de forma invicta, vice-campeão da Taça Libertadores de 1980 e título gaúcho de 1981, quando sonhava ser lembrado para a Seleção Brasileira, mas a cogitação foi desconsiderada após lesões no joelho. Assim, transferiu-se para o Chivas (Rayadasdel) Guadalajara do México, depois Galo mineiro, Juventus (SP) e outros clubes de menor expressão. Em 1989 iniciou a carreira de treinador no Vila Nova de Castanhal (PA), sem contudo prosperar na função.

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