domingo, 9 de janeiro de 2022

Toninho Baiano, lateral que mudou Júnior de posição

'Frescuras' de comportamentos no futebol castraram naturais apelidos de atletas, quer por imposição de dirigentes, quer de empresários. Hoje, identificados basicamente por nomes compostos, diferem-se de décadas passadas em que até o prenome Marcos já era suficiente para citação sobre o melhor goleiro de todos os tempos da história do Palmeiras.

Quando se podia simplificar o atleta pelo apelido, a Ferroviária de Araraquara (SP) contou com o saudoso lateral-direito Baiano. O futebol do Rio de Janeiro também vibrou com a performance do igualmente lateral-direito Toninho Baiano, que morreu aos 51 anos de idade em Salvador (BA), dia oito de dezembro de 1999, vítima de mal súbito.

Antônio Dias dos Santos, nascido em Vera Cruz - interior da Bahia - foi mais um dos incontáveis exemplos de atletas do passado que treinadores tiveram perspicácia para mudança de posição. De ponta-esquerda na base do Galícia em 1967, foi adaptado à lateral-direita. O fôlego invejável para fazer o vaivém atraiu o Fluminense a contratá-lo dois anos depois, já caracterizado como polivalente, devido à facilidade para atuar nas duas laterais e duas pontas.

No clube, foi campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970 e conquistou títulos carioca de 1971, 1973 e 1975, quando um atrito com o saudoso treinador Didi, na temporada seguinte, implicou na saída para o Flamengo, em mirabolante troca-troca de jogadores provocada pelo presidente do Fluminense Francisco Horta, que cedeu Toninho Baiano, Carlos Alberto Torres, Roberto e Zé Roberto para o Flamengo, enquanto Rodrigues Neto, Doval, Renato e Paulinho Amorim vieram para o tricolor carioca.

Nos quatro anos e meio de Flamengo obrigou o então lateral-direito Júnior a jogar no lado esquerdo, num time formado por Cantareli; Toninho, Rondinelli, Manguito e Júnior; Carpeggiani, Adílio e Zico; Marcinho, Tita e Cláudio Adão. Lá conquistou o tricampeonato carioca no triênio a partir de 1978, ano em que foi titular absoluto da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Argentina, além do título do Brasileiro de 1980.

Depois, seguiu carreira no Al Nassr da Arábia Saudita e encontrou dificuldades para o retorno. A liminar conseguida para jogar Bangu foi cassada após quatro partidas, o que precipitou o fim da carreira aos 34 anos de idade em 1982, quando montou loja de materiais de construção

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