sábado, 15 de janeiro de 2022

Osni, baixinho de sucesso no futebol baiano

 Como o futebol brasileiro importou dos europeus o conceito de bola parada aérea ofensiva, zagueiros de estatura mediana, como o saudoso são-paulino Roberto Dias, perderam espaços nos clubes. Até mesmo atacantes baixinhos são relegados, exceto se praticarem futebol acima da média como o venezuelano Soteldo, 1,59m de altura, que passou por Santos e por ora defende o Toronto, do Canadá.

Outrora baixinhos que jogavam no ataque eram escalados nas beiradas de campo, e o de menor estatura de toda a história do futebol brasileiro foi o maranhense Reginaldo Castro, o Bimbinha, um canhoto que se sobressaía pelas arrancadas velozes, com 1,47m de altura. Ídolo do Sampaio Corrêa nos anos 60 e 70, ele morreu em maio de 2020, aos 65 anos de idade, devido à problemas renais.

Naquelas mesmas décadas outro baixinho brilhou no Nordeste do país. O Vitória pôde desfrutar do futebol habilidoso e de irreverência de Osni Lopes, 1,56m de altura, artilheiro do Campeonato Baiano de 1974 com 17 gols, paradoxalmente alguns deles de cabeça. Irresponsável, dois anos antes, sentou sobre a bola após drible desconcertante sobre o zagueiro Romero, do Bahia.

Claro que aquela provocação resultou em briga entre jogadores rivais, contrastando com a seriedade do hoje presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais da Bahia, entidade que ele ajudou a criar em companhia do ex-goleiro Ronaldo, do Bahia, agora advogado. Osni tem 69 anos de idade e defende intransigentemente atletas daquele Estado.

Da base do Corinthians, chegou ao Santos em 1968. Depois de três anos como ídolo do Vitória, foi contratado pelo Flamengo, foi ganhador do prêmio Bola de Prata duas vezes, convocado à Seleção Brasileira, até que em 1978 voltou a Salvador para jogar no Bahia. Todavia, seguidas lesões implicaram em queda de rendimento e ásperas cobranças de torcedores, resultando em atitudes intempestivas: agrediu fotógrafo que teimou em flagrá-lo numa clínica médica, e quase foi linchado ao bater em cachorro com pedaço de pau, que havia mordido o seu cãozinho.

Entre idas e vindas no futebol baiano, somou cinco títulos estaduais. Lá foi artilheiro cinco vezes, assim como é o 6º maior artilheiro da história do Vitória, com 138 gols. Ele jogou ainda no Maranhão em 1979, e Santa Cruz em 1981. A carreira foi encerrada ano seguinte no Leônico (BA).


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