domingo, 24 de outubro de 2021

Gérson Sodré, o quarto homem de meio de campo

Se o esquema 4-4-2 passou a ser tradicional no futebol brasileiro, conta muito o recuo do antes chamado ponteiro-esquerdo para sistematicamente ajudar a povoar o meio de campo, não necessariamente apenas pelas beiradas do gramado. O saudoso Dirceu exercia essa função nas passagens por Fluminense, Botafogo, Vasco e Seleção Brasileira de 1978.

Logo, inevitavelmente o formato foi copiado por tantos outros jogadores da posição, entre eles o baiano Gérson José Sodré, natural de Itabuna, nascido em 14 de Julho de 1957, rotulado equivocadamente como craque, mas na prática tratava-se do quarto homem de meio de campo funcional, do tipo formiguinha que ajudava na marcação, mas sabia passar bem a bola e também aparecia no ataque para ajudar na definição de jogadas.

Com esse estilo Gérson Sodré atingiu o auge da carreira nas passagens por Portuguesa e Guarani. Nos quatro anos de Lusa, depois de 1981, a equipe ainda contava com jogadores elogiados como o saudoso zagueiro Daniel González, volantes Wilson Carrasco e Tite, meia Edu Marangon, e ponteiros-direitos Toquinho e Jorginho. Em 1983, Gérson Sodré passou por episódio triste na vida, em acidente de automóvel com envolvimento dele, com ferimentos generalizados, e o seu companheiro de clube Djalma Baía, que faleceu.

Já no Guarani, em 1985, ajudou a equipe a ficar na terceira colocação do Paulistão e quinto no Brasileirão, com essa formação básica: Valdir Perez, Giba, Ricardo Rocha, Wilson Gottardo e Zé Mário; Nei, Barbieri e Neto (Gerson); Niquinha (João Paulo), Edmar e Gerson Sodré. Daquele grupo, registro para falecimentos do goleiro Waldir Peres, lateral-direito Giba, atacante Gérson e o treinador Lori Sandri.

Revelado pelo Bahia em 1976, Sodré transferiu-se no ano seguinte para o América do Rio, e na sequência com passagem pelo Itabuna, onde ficou até 1980. Depois do Guarani, passou a ser um cigano da bola, na base de um ano em cada clube como Ceará, Ferroviária de Araraquara, América de Rio Preto, Bandeirante de Birigui, CRB, Grêmio Maringá, Taubaté, Atlético Sorocaba e Uberlândia, onde encerrou a carreira de atleta.

Atualmente Gérson Sodré é treinador, porém sem se sobressair na função. Já foi auxiliar-técnico e até dirigiu interinamente a Portuguesa, antes do processo de degradação do Departamento de Futebol do clube.


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