segunda-feira, 12 de julho de 2021

Badeco, da bola para delegado da PF

 Nos tempos em que atleta de futebol padronizava início de entrevista aos microfones de rádio na base de 'ouvintes meus cumprimentos', o volante Badeco, cujo melhor desempenho foi na Portuguesa nos anos 70, falava com fluência. Em 1982, um ano após pendurar as chuteiras no Guaçuano (SP), já graduado pela Faculdade de Direito de Guarulhos e aprovado em concurso de delegado da Polícia Federal de São Paulo, passou a ser identificado como Dr. Ivan Manoel de Oliveira, nome de registro em sua cidade natal de Joinville (SC), em 15 de março de 1945.

Foi no América local, em 1964, o início da trajetória dele no futebol. Três anos depois, na rápida passagem pelo Corinthians, como garantir espaço num time que contava com o lendário Dino Sani na posição? Restou apenas assimilar orientação do titular sobre posicionamento em campo e forma de encurtar caminho para o desarme.

Obstinado, Badeco seguiu o seu caminho no América (RJ), quando a carreira deslanchou no meio de campo com Edu - irmão de Zico. E lá ficou entre 1968 e 1973, quando se transferiu à Portuguesa nos seus tempos áureos, inclusive com divisão de título paulista com o Santos na primeira temporada dele no clube. Aquilo ocorreu por causa de trapalhada do saudoso árbitro Armando Marques, que se confundiu na contagem de pênaltis convertidos pelos clubes, quando a definição obedeceu esse critério.

À época o time Luso tinha essa formação: Zecão; Cardoso, Pescuma, Calegari e Santos; Badeco, Dicá e Basílio; Xaxá, Cabinho e Wilsinho. E ainda da boa fase no clube registro para o vice-campeonato paulista de 1975, na decisão contra o São Paulo, quando, além da eficiência na marcação e bola aérea - 1,86m de altura -, ele exibia estilo clássico de toques refinados.

A carreira na Lusa teve continuidade por mais três anos, e depois entre Comercial (MS) e Juventude (RS), quando foi vítima de rompimento do tendão de Aquiles, em decorrência de carrinho aplicado pelo meio-campista Paulo Roberto Falcão, que jogava no Inter (RS).

Mesmo assim ainda tentou jogar no interior paulista no Barretos e Guaçuano, mas os movimentos limitados precipitaram o encerramento da carreira, com migração à função de técnico dos juniores da Portuguesa e profissionais de Bragantino. E quando da aposentadoria da Polícia Federal, ainda dirigiu clubes como Grêmio Osasco, Maringá (PR) e Grêmio Mauaense (SP).

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